Álbum de família

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Miriam Gimenes

‘Infância’, que estreia amanhã, tem Fernanda Montenegro e fala sobre o ‘cheiro’ das lembranças 

 

Nossa história começa na família. Ela é a detentora não só dos nossos genes, como também da intimidade e segredos. E é a partir de uma foto ‘dos seus’ que Rodrigo (interpretado pelo ator e diretor Domingos de Oliveira) lembra-se dos anos em que viveu em um belo casarão de Botafogo, nos idos dos anos 1950. A memória, na verdade do próprio cineasta – narrador da história, – rendeu o filme Infância, que estreia amanhã nos cinemas.

Um tanto metafórico, o longa é uma adaptação da peça encenada nos anos 1980, do mesmo diretor, Do Fundo do Lago Escuro, com direção de Paulo José. Nos palcos, quem fazia a mãe do pequeno Rodrigo era Fernanda Montenegro. Agora ela dá vida à matriarca da família, Dona Mocinha, uma mulher centralizadora, mandona e apaixonada pelo jornalista Carlos Lacerda. A atriz, como sempre, dá um show e segura a história do início ao fim.

Tanto que a trama desenrola no dia em que completa sete anos da morte do avô de Rodriguinho (Raul Guarana). A data não fica marcada para o garoto só por isso. Seus pais, Conceição (Priscilla Rozenbaum) e Henrique (Paulo Betti), quase se separam porque Dona Mocinha descobre que o genro vendeu propriedades sem autorização, o tio Orlando (Ricardo Kosovski) fica bêbado e ataca a empregada e sua cachorra de estimação morre após comer naftalinas que caíram do armário.

E, apesar de tudo, eles se juntam para ouvir com a matriarca o programa de rádio do seu jornalista preferido. A ideia é que, por trás de uma imagem de todos juntos, muito há do que se lembrar e até sentir saudades. O longa faturou quatro prêmios no Festival de Gramado de 2014, o prêmio especial do júri (Fernanda Montenegro), o prêmio de melhor ator coadjuvante (Paulo Betti) e melhor roteiro (Domingos Oliveira).




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados