Sucesso, ‘Narcos’ conta com dobradinha Padilha e Moura

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Yara Ferraz

É clichê dizer que a nova série original do Netflix Narcos é altamente viciante. Mas é. Com criação e produção executiva do brasileiro José Padilha, o enredo retrata a história do traficante colombiano Pablo Escobar, vivido por Wagner Moura. A dobradinha é a mesma dos aclamados filmes Tropa de Elite 1 e 2, sendo que o segundo detém o recorde de maior bilheteria do cinema brasileiro, um total de R$ 102,6 milhões.

Escobar é de origem pobre e acaba construindo um império com o tráfico de cocaína para os Estados Unidos. A série começa a narrar a história na década de 1980, quando ele contrabandeava produtos como eletrodomésticos e se envolve no comércio das drogas, com a criação de diversos laboratórios na Colômbia e a exportação feita por meio de passageiros de avião. A rede de distribuição cresce rápido e o espectador também acaba conhecendo outros traficantes famosos, que participam do lendário Cartel de Medelin, entre eles os irmãos Ochoa, um deles vivido pelo brasileiro André Matos.

A lista de mortes atribuída ao traficante é longa, incluindo candidatos à presidência do país e 107 passageiros de um voo da Avianca, que ia de Bogotá para Cali. Mesmo assim, é impossível não simpatizar com o Pablo de Moura. Ele não exita em matar os rivais a sangue frio, mas se comove com a morte de um cachorro.

Utilizando a política do “plata o plomo?” (dinheiro ou chumbo?), Escobar comprava desde policiais que fiscalizavam as fronteiras até políticos e chefes de Estado. Quando se fala em resistência há certo carisma e sutileza ao sugerir que não há opção. “Sua irmã começou a dirigir agora, ela não gostaria de som novo para o carro?”, diz ele no primeiro capítulo.

O sotaque ‘espanhol’ de Wagner Moura chegou a ser criticado nas redes sociais. Mas nada disso atrapalha o desempenho do brasileiro, que consegue desenvolver a clássica relação de amor e ódio com o público.

Apesar de todos os olhos ficarem em Pablo, ele não é o protagonista. A história é contada do ponto de vista do agente do DEA (Departamento Antidrogas dos Estados Unidos), Stephen Murphy, vivido por Boyd Holbrook, outro personagem que existiu na vida real. O elenco também conta com o colombiano Juan Pablo Raba, que vive o braço-direto de Escobar, e a mexicana Stephanie Sigman, que encara o papel de uma repórter que teve envolvimento amoroso com o traficante e vai ser a próxima bondgirl.

A série mistura documentário e imagens televisivas da época, o que comprova que a história da construção do mito de Escobar e como ele manipulou um país inteiro parecem ficção, mas, na verdade, não são. O desafio é conseguir não assistir aos dez episódios de uma vez. E, claro, conter a ansiedade para a segunda temporada, que logo deve ser gravada, embora não tenha confirmação oficial.




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