Lenine engajado

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Rodrigo Mozelli

Premiado cantor lança projeto, 'Carbono’, em Santo André,no sábado

 Uma das vozes nordestinas mais conhecidas do País, com mais de 30 anos de estrada, o mpbista Lenine lançou há pouco Carbono (Universal, R$ 24,90, em média). Para ‘comemorar’, ele traz para a região a turnê de mesmo nome, que chega em Santo André no Clube Atlético Aramaçan (Rua São Pedro, 345) no sábado, às 21h30. Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 150 e estão disponíveis no www.ingressorapido.com.br.

Diferente dos anteriores – com os quais ganhou cinco prêmios Grammy Latino, dois APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e nove Prêmios da Música Brasileira –, Carbono é CD com tons mais diretos e pesados, com extrema presença de guitarra, além de verdadeira mescla rítmica: frevo com rock, maracatu com samba-jazz. A ousadia conversa com o estilo já consagrado de Lenine. “Tem a ver com minha curiosidade, com o fato de fazer música sem adjetivo e de eu gostar de muitas formas de expressão. De alguma maneira, isso me influencia”, diz o artista ao Diário.

Entre as novas canções presentes em Carbono estão Cupim de Ferro, Simples Assim e Grafite Diamante – com participações de Carlos Rennó, Lula Queiroga e Nação Zumbi. Mas, entre as 11 faixas que compõem o projeto, Quedê Água talvez seja a que mais se destaca, já que se encontra com o momento de crise hídrica em diversos estados do Brasil. Na letra da canção, logo em seu início, ela já mostra a que veio: ‘A seca avança em Minas, Rio, São Paulo. O Nordeste é aqui, agora’. Também é notável a crítica por este trecho: ‘O lucro a curto prazo, o corte raso. O agrotóxico, o negócio. A grana a qualquer preço, petro-gaso’. “A canção fala por si só. Ela levanta questão fundamental. O País é o país das águas, porém, estamos vivendo crise profunda”, diz Lenine.

Quedê Água – composta em parceria com Carlos Rennó – tem feito tanto sucesso que foi parar nas salas de aula da Rede Municipal de Suzano. A ideia veio de fã do cantor, a professora Elisabete Benatti, que utiliza a faixa para debater com crianças de cinco anos a crise atual. “Conversamos sobre cada expressão. Eles fazem perguntas o tempo todo. O que é escassez? Agrotóxico? São curiosos”, relata a educadora. As crianças chegaram, inclusive, a gravar vídeo entoando a letra.

Já sobre a discussão da preservação ambiental, a equipe do cantor vai ‘compensar’ a emissão de carbono e seu despejo na atmosfera nos shows da turnê com o plantio de árvores. “Isto tem muito a ver com atitude em relação à vida que assumo desde sempre”, afirma o compositor sobre este projeto. Lenine opina ainda sobre a ação de Elisabete. “Acho isso ótimo. Adoro quando percebo que minha música vai além do entreter.”

O cantor já esteve diversas vezes na região, sobretudo em São Caetano, São Bernardo e Santo André. “Acabo revendo amigos. Voltar é sempre duplamente maravilhoso”, encerra.




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