A dona das batutas

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Miriam Gimenes

Assistir a uma orquestra requer atenção. Cada peça que está em cima do palco é de total importância para que a apresentação seja uníssona. O papel de protagonista, no entanto, fica para o maestro. É ele quem conduz o grupo com o simples mexer de suas batutas.

Seguindo o nível hierárquico, abaixo dele há uma função primordial: a do regente assistente. E hoje, a partir das 19h30, a Orquestra Sinfônica de Santo André apresentará a nova titular do cargo, a musicista Natália Larangeira. O concerto será feito na Paróquia Senhor do Bonfim (Rua Oratório, 1.458), em Santo André. A entrada é gratuita.

A apresentação começará com a abertura de A Flauta Mágica, de Mozart. Na sequência virão Pavane Pour Une Infante Défunte, de Ravel, Prelúdio da Bachiana Brasileira número 4, de Villa-Lobos e a Sinfonia número 104 London, de Haydn. O encerramento será com Scherzo, de Alberto Nepomuceno.

Durante todo o tempo, Natália atuará ao lado do maestro Abel Rocha. Aluna dele em 2010, voltou a encontrá-lo em fevereiro deste ano, durante a oficina de regência promovido pela Sinfônica andreense. “Como resultado dessa oficina, os próprios músicos escolheram os regentes e fiquei entre os quatro. Agora que a vaga voltou a existir (o último a ocupá-la foi em 2012) pude vir trabalhar em Santo André.” Ela mora em Indaiatuba, mas não se importa de viajar para executar o ofício. “Se você tem um sonho tem de ir atrás e eu corro atrás do meu dirigindo”, brinca.

NA PRÁTICA
A função do regente assistente, como a denominação diz, é assessorar o maestro antes, durante e depois da apresentação. “Tudo o que ele precisa saber de informação, repertório da semana, quem vai tocar, conta comigo. Faço espécie de administração da regência”, explica Natália. Em algumas vezes, durante os ensaios, é ela quem assume as batutas, para que o maestro veja a atuação dos músicos, além da dela. “É meu mentor.”

A moça, que tem 27 anos, sonha um dia assumir a regência. Diz ainda ser uma profissão dominada pelos homens, mas que esta realidade já mudou bastante. “Nós, mulheres, somos mais maleáveis para conversar, conseguimos chegar no meio-termo, temos um jeito diferente de lidar e isso tem conquistado os músicos e a plateia também.” Natália concluiu em 2010 a graduação de regência e já dirigiu as óperas Comedy on the Bridge, de Bohuslav Martinu (2009), L’occasione fa Il ladro, de Gioacchino Rossini (2010), Die Zauberflöte, de Mozart (2012) e Gianni Schicchi, de Puccini (2013), todas no Teatro Guairinha (Curitiba). 




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