Relação corpo-objeto é tema de performance

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Marcela Munhoz

 

Já parou para pensar como e o quanto você se relaciona com os objetos que fazem parte do dia a dia? Um celular, um sapato, um livro podem ganhar significados distintos, dependendo de quem os utiliza. O artista plástico Renan Marcondes e a bailarina Carolina Callegaro, da Cia. Paulista Pérfida Iguana, não só refletiram sobre o tema como criaram performance, a ser apresentada no sábado (20h) e domingo (19h) dentro da exposição Contra Corpo, no Centro Cultural Baeta Neves (Praça São José, Tel.: 4125-0582), em São Bernardo. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados uma hora antes.

Como um Jabuti Matou uma Onça e Fez uma Gaita de um de Seus Ossos mescla teatro, dança e palestra coreografada. “Comecei a questionar como seria o mundo sem os objetos e acabou virando um trabalho sobre dominadores e dominados. No caso, nós, humanos, dominamos os objetos”, explica Renan. O artista também questiona a relação com o próximo. “É aquele jogo de um ficar quieto enquanto o outro fala, no contexto de quem está agindo e de quem está recebendo a ação.”

Em uma das cenas, ele usa saltos tão altos em formato de lança que não consegue se movimentar. “Eles não me permitem ficar em pé. O objeto passivo (o sapato) passa a ser o ativo a medida que se transforma”, diz Renan, que acredita que cada um do público vai entender a proposta de maneira diferente. “No fim, o grande recado é que o artista é um privilegiado por ter a sorte de estudar, enxergar e trabalhar as coisas com a liberdade que quiser.” Durante o espetáculo, cada um da plateia ganha um livro para acompanhar simultaneamente.




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