Suíça: muito além dos Alpes

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Miriam Gimenes

País vive de seus clichês, mas tem muito mais a oferecer; viaje neste destino fantástico

Muitos dos que desfrutam da vida terrena têm um objetivo em comum: merecer um lugar no paraíso. Para os persas, a palavra era sinônimo de um amplo parque. Já no Livro Sagrado, trata-se do jardim onde Deus colocou Adão e Eva depois da criação. Há também quem o designe como o lugar onde reina a felicidade. Pois bem, não tive de esperar ‘a passagem’ para contemplá-lo. Como cantou o Barão Vermelho em homenagem a Cazuza, em plena vida tive a oportunidade de conhecer os jardins do Éden e vou contar.

Eles estão a 9.050 quilômetros de distância do Brasil e atendem por um nome: Suíça. Foi lá onde constatei in loco as melhores informações envolvendo o país, localizado na Europa Central, e descobri que vai muito além dos clichês difundidos mundo afora.
É claro que os relógios são lindos, os canivetes ‘só faltam falar’ e que os chocolates – sobe o som de suspiro – dão água na boca. Mas a organização, inclusive dos meios de transporte, a cultura da população, a gastronomia, a arquitetura e a paixão pelo país fazem este destino muito especial – e o 20º mais rico do mundo.

Percorremos durante uma semana parte do Grand Tour Suíça que, no total, tem 1.600 quilômetros. O trajeto, que leva até um mês para ser completo de carro, compreende as principais atrações do país em uma rota espetacular, onde podem ser contempladas as geleiras – mesmo em pleno verão de 30ºC –, parques preservados, belíssimos vilarejos alpinos, lagos de água cristalina, o uso de quatro tipos de idiomas (alemão, francês, italiano e reti-romano) e acomodações dos mais variados tipos.

As cidades visitadas, e que serão mostradas nas próximas páginas, são Berna (capital do país), Interlaken e Lucerna. Nelas, assim como em todo território suíço, além das belezas naturais, há as que são exemplo a seguir: índice de alfabetização da população de 100%, escolas públicas com nível altíssimo, fontes com águas potáveis, ciclovias que funcionam perfeitamente, parques infantis surreais e respeito pelo próximo.

E o mais importante: diferente do Brasil, lá as leis são respeitadas. Quer testar? Experimente tentar burlá-las. Como disse o famoso dramaturgo suíço Friedrich Dürrenmatt, o país é “uma prisão onde todos os presos são também carcereiros”. Não podia ser diferente: por ser o paraíso, as regras lá são divinas. Nada escapa aos olhos de Deus.

Tour de trem permite contemplar a paisagem
A Mobilidade Urbana da Suíça é um ponto a ser destacado. Além dos transportes chegarem sempre no horário (um letreiro mostra o quanto tempo demorará próximo, inclusive), com um único bilhete, o Swiss Travel Pass, é possível usar ilimitadamente o transporte público local (trens, ônibus, barcos e bondes).

O passe geralmente é vendido para os turistas no período de três, quatro, oito ou 15 dias e pode ser usado para fazer o trajeto do Grand Train Tour, por oito rotas diferentes que passam por 75 cidades do país. Com ele em mãos também dá para fazer as rotas panorâmicas (entre elas a Jungfrau Railway, a estação mais alta da Europa), visitar 480 museus gratuitamente e ganha 50% de desconto na maioria dos teleféricos e trens de montanha.

Além de transporte de qualidade – tem até vagão específico para famílias, com brinquedo para as crianças, e outros que exigem silêncio absoluto para a leitura –, o passeio de trem é um convite para contemplar a paisagem de maneira mais próxima e aconchegante. O preço é um tanto alto, mas vale o investimento, visto que poderá percorrer por diversas cidades: em primeira classe, de acordo com o número de dias, varia de 336 (R$ 1.192) a 704 (R$ 2.499) francos suíços. Em valores mais econômicos os preços vão de R$ 745,50 a R$ 1.562. Jovens com menos de 26 anos têm desconto de 15%. Mais informações no site www.swisstravelsystem.com.

A repórter viajou a convite da Switzerland Tourism e Swiss 




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