Nem o belo dura para sempre

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Marcela Munhoz

 

 

Estar vivo é a real beleza. Tal afirmação não está em alguma poesia de autor conhecido ou em alguma canção de músico de sucesso. Tal conclusão, na verdade, foi facilmente extraída de um despretensioso e leve – até demais – filme de comédia brasileira. Linda de Morrer, cuja estreia está marcada para quinta-feira, exibe esta ‘lição de moral’ de forma bem clara para o espectador.

No papel principal está a estonteante Glória Pires. Não podia ser momento melhor para a atriz, que está prestes a completar 52 anos, interpretar uma empresária de sucesso com tudo em cima. Na trama, ela é Paula, dermatologista que se orgulha de ter inventado pílula que promete a cura da celulite. Contudo, Paula morre antes mesmo de brindar o sucesso da fórmula. Em espírito – belíssima em longo vestido vermelho, aliás – Paula precisa avisar a filha Alice (Antonia Morais, filha da atriz também na vida real) que os efeitos colaterais do remédio são perigosos. É quando encontra a também desencarnada Mãe Lina (Susana Vieira), que indica seu neto, o vidente Daniel (Emilio Dantas) para fazer o meio de campo.

Obviamente que nesta confusão toda, espírito e vidente trocam diálogos engraçadinhos – no estilo Whoopi Goldberg e Patrick Swayze em Ghost – e tem até algumas cenas engraçadas, como a performance de funk protagonizada pela empregada Jaci (Priscilla Marinho) mas, no geral, trata-se de um longa bem água com açúcar. As atuações de Susana Vieira e de Glória Pires, no entanto, são ótimas como sempre. A filha Antonia ainda tem o que aprender.

O legal de tudo, claro, fica mesmo na proposta da diretora Cris D’Amato de colocar em discussão até que ponto a beleza física é mais importante do que a beleza encontrada na relação familiar, nos sentimentos, na alma mesmo. Faz pensar se vale a pena perder tanto tempo admirando sua própria beleza. E já que é realmente um prazer se sentir bem com o corpo, sem neuras, a dica é assistir ao filme nos cinemas acompanhado de um belo balde de pipoca. Não há tempo para culpa. Não nesta vida, pelo menos.




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