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Raija Camargo

Rapper Dexter se apresenta hoje no 1º Festival de Hip Hop, em Santo André 

Uma das atrações que encerram o 1º Festival de Hip Hop Juventude Viva, promovido pela Secretaria de Cultura de Santo André, será Dexter. Hoje o cantor – nascido e criado no morro do Calux, em São Bernardo – sobe ao palco do evento, que acontece no Paço Municipal da cidade, a partir das 13h. A entrada é gratuita. Após passar 13 anos em reclusão, Dexter fez da música sua ponte para a reinserção social. Por meio de suas letras, passa mensagens de consciência e cidadania aos jovens. “No palco vamos falar sobre violência, sistema carcerário e juventude. É sempre uma honra estar com o público levando entretenimento e consciência. O rap é respeito, saúde mental e espiritual. Eu sou o veículo entre o rap e as pessoas. Não vejo a hora de chegar esse momento”, conta ao Diário.

Dexter é considerado uma das principais vozes do rap nacional, ao lado de Afro-X, e fez sucesso no anos 2000, com o grupo 509-E. Ambos – que se conheceram no Carandiru – conseguiam à época autorização judicial para cantar e gravar discos. Como grande conhecedor do sistema penal, ele opina sobre a redução da maioridade penal que está em discussão no Senado, já que o tema do festival é a Juventude. “Se a lei fosse aplicada de forma igualitária até poderíamos pensar sobre, mas com o atual cenário não. Vemos a mídia alimentando uma onda de angústia e medo, por meio de matérias e palavras. Poucos jovens cometem crimes hediondos, isso só vai continuar pesando para quem não tem dinheiro. Acho um absurdo essa manobra que o Eduardo Cunha fez no Congresso para que fosse votado a favor. Nós, como cidadãos, não podemos aceitar”. Dexter completa 42 anos amanhã e, para celebrar, vai divulgar um novo trabalho em parceria com Ed Motta.

Em relação ao evento de hoje, o secretário de Cultura e Turismo de Santo André, Tiago Nogueira, falou ao Diário sobre a importância de direcionar o olhar aos problemas da juventude. “Estamos trabalhando com enfoque contra a redução da maioridade penal. Existe um debate político quase que medieval de alguns temas, se pegarmos alguns exemplos do que está sendo discutido sobre religião e sexualidade é coisa de Idade Média, não tem nada de contemporâneo. O festival tem uma pegada politizada, alguns dos convidados são militantes, temos que apostar em Educação e Cultura. Precisamos de mais Fies, mais ProUni. Por isso dedicamos o mês inteiro para ‘Juventude Viva’”, conclui.




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