Com R$ 100 mil, bailarinos de S.Bernardo conquistam Barcelona

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Caroline Garcia<br>Do Diário OnLine

Oito meses. É o tempo que os sessenta bailarinos do Ballet Elisa, de São Bernardo, têm para conseguir arrecadar R$ 100 mil para embarcar, em março, rumo ao Dance Grand Prix Europe, em Barcelona, na Espanha.

“Ao todo, somos em 60, mas, pelo menos nove, entre eles eu, não têm mesmo condições de bancar a viagem e vamos precisar de uma ajuda financeira forte para conseguir ir. E somos um conjunto, se um não puder ir já prejudica o grupo todo”, conta Weslley Carvalho, 19, que dança desde os 7 e ensaia 8 horas por dia.

Recém-chegado do Festival de Dança de Joinville, Weslley conseguiu o segundo lugar no solo livre com a coreografia “Intense”, do coreógrafo Ednei Reis, professor do Ballet Elisa. “É considerada a maior competição de ballet do mundo pelo Guinness Book. É uma arena enorme e nos apresentamos para 8 mil pessoas.”

O dançarino também foi medalhista de bronze no Royal Academy of Dance em setembro do ano passado. As primeiras etapas classificatórias ocorrem na própria academia, depois um examinador de Londres avalia pessoalmente, em São Paulo, os participantes e somente quem obtiver graduação máxima é classificado para o festival. “A única exigência é ter até 19 e eu estava no limite da idade. Entre os 59 bailarinos que foram, só 4 eram meninos e, entre eles, só eu fui premiado.” A prova tem duração de duas semanas e, nesse intervalo, uma coreografia é apresentada aos participantes, que deve ser aprendida e apresentada para a final.

“Há cinco anos que essa competição não distribuía uma medalha de bronze. É uma prova tão exigente que se não estiver no nível que eles desejam, eles não premiam mesmo”, diz Elisa Regina Dante Godinho, diretora artística da companhia.

Outra participação internacional da turma foi na Croácia, em maio do ano passado. “Ganhamos tudo em todas as categorias que participamos. Foi fantástico. E fizemos o mesmo esquema de arrecadação. Só pela internet, em site de colaboração, conseguimos cerca de R$ 5 mil”, pontua Elisa.

Experiência e vontade, portanto, todos já tem. O que falta mesmo é a verba. “Não temos todo esse dinheiro, mas estamos preparando tudo em casa. Também não vou ter medo, porque já viajei de avião”, afirma a pequena Mariana Rodrigues Siqueira, de 10 anos, que entrou no ballet aos 3. “Fiquei mais disciplinada, fiz amigas e aprendo muito.”

Além de campanha online, a escola já organizou uma festa junina e o próximo passo é um almoço italiano (Gevu – Rua Antônio Simionato, 375, Santa Terezinha), no dia 16, com entrada a R$ 30.

Dos R$ 100 mil necessários, cerca de 10% já foi arrecadado com as ações. O embarque dos 60 bailarinos, que já estão pré-inscritos no festival, é dia 20 de março. Agora é suar a camisa para correr atrás da verba, porque as coreografias já estão nas pontas dos pés.




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados