O Grande ABC sempre foi conhecida por ser berço de inúmeros artistas independentes. Sejam músicos, fotógrafos, poetas e etc. E Eduardo Kaze é mais uma destas pessoas que creem no caminho da independência. “Venho de família formada de artistas. Acho que é uma coisa natural trilhar esse caminho independente”, explicou Kaze.

Preparando-se para lançar seu segundo livro “Paris 20”, o escritor relembra as boas e as más memórias de quando lançou seu primeiro trabalho ''O Enigma do Cordeiro'', de forma independente, em 2013. “Peguei um empréstimo no banco e fui para cima. Consegui vender todas as cópias. Não ganhei dinheiro, mas também não perdi”, brincou.

Em seus livros, Kaze utiliza como ambientações locais conhecidos para quem vive na região, como Paranapiacaba ou o Museu de Santo André. “Como nasci em Santo André, fica mais fácil utilizar os locais não só desta cidade, como da região. Para mim, alguns locais do ABC combinam muito com literatura”, concluiu.

“Paris 20” relata a história de um “jornalista alucinado” que comete um crime quando se envolve com uma garota. Tentando fugir deste acontecido, o repórter acaba encontrando uma banda de música punk e foge com ela para Montevidéu, capital do Uruguai. “A história tem um pouco dessa viagem, piração, mas também é ''pé-no-chão''. No fim das contas é apenas uma destas jornadas que vemos acontecer por aí”, relatou.

Ainda em fase de edições finais, o escritor conversa com editoras dispostas a lançar este trabalho, mas, como sempre acontece nestas horas, o espírito independente fala mais alto. “Seria bacana se alguma editora fizesse o lançamento, mas se isso não acontecer, eu corro atrás como sempre fiz e faço o lançamento sozinho. Já sou experimentado nisso. Sei que lanço este livro neste ano com ou sem editora”, contou o escritor, lembrando que desta vez a obra contará com ilustrações realizadas por dois amigos que o ajudaram nesta empreitada. “Pura camaradagem, como determina o espirito independente”.