Sarcopenia

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Alessandra Nunes

 A população mundial está envelhecendo e, com isso, a preocupação em chegar a melhor fase da vida com saúde é muito grande. Estima-se que até 2025, o percentual de idosos aumentará em torno de 200%, tornando o Brasil o sexto país com o maior número de idosos no mundo. Com o processo de envelhecimento, mesmo nos idosos saudáveis, ocorre a diminuição da massa muscular conhecida por sarcopenia (sarco = músculo e penia = falta de). Este processo contribui para a fragilidade e inabilidade física, e está diretamente relacionado com o aumento no risco de quedas e fraturas, principalmente as de quadril, representando grave problema de saúde pública.

 
A principal dificuldade no diagnóstico da sarcopenia está na falta de consenso em sua definição e na dificuldade em medir as variações da massa muscular ao longo do tempo. Com o diagnóstico tardio, o tratamento acaba acontecendo quando o problema já está gravemente instalado. Dentre as formas mais clássicas de tratamento, está a indicação de exercícios físicos, como a musculação, devidamente acompanhado por um profissional habilitado e a mudança no padrão de alimentação, principalmente no que diz respeito à ingestão de proteína, nutriente fundamental junto com o carboidrato, na preservação da massa muscular.
 
Por diversos fatores, alguns idosos apresentam baixa ingestão de proteína, complicando ainda mais a diminuição da massa muscular. Nesses casos, um grande número de estudos têm mostrado a eficácia no uso de suplementos à base de aminoácidos, mostrando-se como excelente estratégia para suprir as deficiências na dieta e promover a síntese de proteína muscular. Porém, para fazer uso de suplementos, é importante uma investigação minuciosa do funcionamento dos rins e da saúde hepática nesses idosos. Algumas doenças como diabetes, por exemplo, podem ao longo do tempo complicar o funcionamento renal, dessa forma o uso de proteínas e aminoácidos deve ser muito bem monitorado, e isso pode acelerar ainda mais a perda de massa muscular.
 
Os idosos que vivem sozinhos são as principais vítimas da sarcopenia. Esses, em geral, negligenciam muito a alimentação e sofrem com a monotonia alimentar. Pelo fato de estarem sós, não tem ânimo para fazer refeições equilibradas, muitas vezes alimentando-se de biscoitos, chás e macarrões instantâneos. Além da diminuição do consumo de proteína, o consumo de cálcio também é prejudicado, o que compromete a saúde óssea, agravando casos de osteoporose e aumentando ainda mais o risco de lesões.
 
Para que o idoso tenha um estado nutricional adequado, e consequentemente seja acometido por menos doenças, a alimentação equilibrada com proteínas, carboidratos, gorduras saudáveis, vitaminas, minerais e água é fundamental. Envelhecer de forma saudável é o grande desejo de todos. Mais importante do que o número de anos que temos pela frente, é saber que esses anos serão vividos com qualidade. Dessa forma, investir em bons hábitos alimentares desde cedo garantirá um envelhecimento mais saudável.
 
Alessandra Nunes é nutricionista especializada em Nutrição Clínica, mestre em Cardiologia e consultora da Asbran (Associação Brasileira de Nutrição).



Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados