Todo dia é dia de Amy

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Vinícius Castelli

 A impressão, para quem escuta pela primeira vez suas canções, sem saber de quem se trata e sem olhar para sua figura, é a de estar ouvindo uma cantora negra, norte-americana, dos anos 1950, 1960, com escola musical feita nos coros de igreja. Mas, na verdade, se trata de uma garota franzina, branca e britânica. Amy Winehouse surgiu como um cometa e, da mesma forma, se despediu do mundo aos 27 anos de idade.

Dona de cancioneiro jazz, R&B e com pitadas de blues e pop, isso sem contar com as inúmeras tatuagens – como a da personagem Betty Boop – e com os grandes e belos olhos sempre margeados por lápis preto, hoje completa quatro anos de sua morte. Curioso é que, mesmo com uma carreira tão curta, a cantora conseguiu a proeza de deixar sua assinatura no universo musical e imortalizou sua voz, ora rouca, ora suave como um veludo, porém sempre poderosa, em composições como Back To Black e Rehab, dois de seus maiores clássicos.

Para mergulhar em seu repertório, vale a pena emprestar os ouvidos e o coração a discos como Back To Black, seu segundo trabalho. Dele saltam temas como Just Friends, He Can Only Hold Her e a forte Tears Dry On Their Own. Tudo elaborado com muito bom gosto, instrumentos de corda, sopro e, é claro, coro. Para ver a força de Amy ao vivo, nada melhor do que o álbum At BBC – póstumo. O título tem faixas como October Song, pincelada de seu trabalho de estreia, Frank, de 2003.

Apesar da curta carreira, Amy teve tempo de passar pelo Brasil. A artista foi atração do Summer Soul Festival, na Arena Anhembi, em São Paulo, em janeiro de 2011, seis meses antes de sua morte. Alexandre Ferreira, presidente do fã-clube brasileiro Amy Winehouse Trouble, conta que entrou em pânico quando soube da morte da artista. “Estava dormindo e uma amiga minha tentou me ligar várias vezes. Quando acordei, vi na TV. Fiquei dois dias sem trabalhar, me senti mal mesmo”, explica. Para ele, a música e a imagem da cantora serão lembradas para sempre. “Amy tinha personalidade forte, estilo próprio, não imitava ninguém. Ela era ela e acabou, assim como Elvis (Presley). São pessoas que marcaram época, justamente, pelo estilo e pelo talento.”

PROGRAME-SE

Para quem quiser reviver ou até mesmo conhecer o mundo e harmonias da artista, o Teatro Itália (Avenida Ipiranga, 344. Tel.: 3255- 1979), em São Paulo, abre a cortina para o espetáculo musical M Mais de Perto, apresentado pela Cia. Dom Caixote. O show tem sessão hoje e dia 30, a partir das 21h. Os bilhetes custam de R$ 30 a R$ 60 e podem ser adquiridos pelo site www.compreingressos.com ou pelo telefone 2122-2474. Com direção assinada por Luiz Felipe Petuxo, o espetáculo conta com 15 atores. Lapidado por faixas como Valerie e Love is a Losing Game, a montagem aproxima o público da vida da cantora.

Ainda hoje, o canal pago Bis exibe, a partir das 22h, o show Live At Shepherds Bush, gravado em Londres, em 2007, na turnê do disco Back To Black. Também acaba de ser lançado no Exterior o documentário Amy: The Girl Behind The Name, com cenas da infância da cantora, além de entrevistas com Amy. Quem assina a obra é o diretor britânico Asif Kapadi, mesmo de Senna – que trata do piloto brasileiro de Fórmula 1. Ainda não há data exata para exibição no Brasil.

Colaborou Rodrigo Mozelli




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