Frida não precisa de legenda

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Rodrigo Mozelli

 “Se ela estivesse viva, ficaria feliz.” Estas são palavras de Rosana Banharoli, responsável pela Casa da Palavra que, em conjunto com a Casa do Olhar Luiz Sacilotto, de Santo André, promovem diversos eventos neste mês em homenagem à Frida Kahlo (1907 – 1954), pintora mexicana internacionalmente reconhecida, que nasceu e morreu em julho. Na lista de atrações estão exposição fotográfica, peça de teatro, dança e debate. Tudo de graça.

Durante sua vida, Frida passou pelas mais diversas e difíceis situações, como quando tinha 18 anos e sofreu grave acidente de bonde, que a deixou entre a vida e a morte, além de ter realizado diversas cirurgias. A pintora nunca teve filhos, pois o acidente comprometeu seu útero. “Frida era forte, não submissa. Ela conseguiu retratar a mulher”, diz Rosana ao Diário.

A programação especial começa hoje, com a exposição fotográfica Todos Podem Ser Frida, em cartaz na Casa do Olhar (Rua Campos Sales, 414), promovida pelo Museu da Diversidade Sexual e criada pela artista plástica e fotógrafa Camila Fontenele. “Iniciei o projeto em 2012. Era para ser algo mais pessoal, artístico e pequeno. Naquela época tinha a fotografia como hobby. Escolhi Frida Kahlo por achar que me pareço com ela”, conta Camila, que demorou um ano para produzir as fotografias. As fotos são de pessoas desconhecidas que foram produzidas como a artista do México. Às 19h30, no mesmo local, haverá o debate Vida e Obra de Frida Kahlo Por Especialistas, com Camila, a psicóloga Sandra Monice e a historiadora Mariana Zenaro.

No dia 22, na Casa da Palavra (Pça. do Carmo, 171), é a vez do grupo de dança Companhia Fridas, que apresenta o espetáculo Tribal Fusion, retrato das dificuldades que Frida enfrentou. Uma das integrantes do grupo, Mônica P’alma, conta como surgiu a ideia de homenagear a pintora por meio da dança. “Éramos alunas e, durante festival de filmes, resolvemos nos inspirar em longa que transmitisse alguma mensagem. Uma estudante sugeriu película sobre a Frida e todas se apaixonaram. Queremos passar a mensagem de que, assim como ela, todos devem encontrar sua força interior.”

Nos dias 28 e 30, está programada a montagem Viva La Muerte – Frida Kahlo, baseada na obra de Tomás Urtusástegui Sou Frida, Sou Livre, que passa pela vida da artista mexicana. A diretora da peça Marília Nunes pesquisou diversos escritos sobre Frida, mas escolheu o do Tomás por ser mais dramático. “Queremos que os espectadores entendam quem foi a Frida mulher”.

Escultura
Durante o mês de homenagem à Frida, a Casa da Palavra também expõe fotos e escritos registrados durante toda a vida da mexicana. “Optamos por desmistificá-la, visto que muitos pensam que só levantava a bandeira da diversidade (por ser bissexual), mas ela também levantava a da política”, afirma Rosana Banharoli, responsável pelo local.

Um dos principais destaques na exposição é escultura cadavérica da mexicana, construída e criada por Zenilton de Oliveira da Silva, 44 anos, encarregado de palco há cerca de quatro meses na Casa da Palavra. A obra é constituída 100% por material reciclável. “Faço estas criações desde 1999, quando estava em Escola de Cinema e tínhamos de montar cenários. Em minhas criações, procuro materializar algo que existe nas palavras. Resolvi fazer a Frida com olhar triste por conta de sua vida”, revela Zenilton.

Programação
Todos Podem ser Frida – Exposição. A partir de hoje, às 19h. Até dia 31. Casa do Olhar Luiz Sacilotto – R. Campos Sales, 414. Santo André. Gratuito.

Vida e Obra de Frida Kahlo por Especialistas – Debate. Hoje, às 19h30. Casa do Olhar Luiz Sacilotto – R. Campos Sales, 414. Santo André. Gratuito.

Tribal Fusion com a Cia. Fridas – Dança. Dia 22, às 19h. Casa da Palavra – Pça. do Carmo, 171. Santo André. Gratuito.

Instalação Fotográfica Todos Podem ser Frida – Exposição. A partir do dia 24, às 16h. Até dia 31. Casa da Palavra – Pça. do Carmo, 171. Santo André. Gratuito.

Viva La Muerte: Frida Kahlo – Peça. Dias 28 e 30, às 19h30. Casa da Palavra – Praça do Carmo, 171. Santo André. Gratuito.




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