Novela de época? Dezenas. Que abordam o tema espiritismo? Muitas. Com amores impossíveis? A perder de vista. Mas, Além do Tempo, novela da Rede Globo, cuja estreia acontece logo mais, às 18h, promete investir no que pode se chamar de ‘novidade’, apesar de nem ser tão novidade assim: a reencarnação (vide A Viagem, de 1994, só para citar). Cerca de 150 anos depois da história inicial, os protagonistas Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), além dos que conviveram com eles no século 19, passam a viver nos dias atuais e, mesmo sem se reconhecer fisicamente, terão a chance de se redimir a acertar as contas com o passado.

O começo da trama se passa na pequena cidade de Campobello, no Sul do Brasil. Lá, Lívia e Felipe se encontram pela primeira vez. Ela é uma noviça, filha de Emília (Ana Beatriz Nogueira) que viveu paixão proibida por Bernardo (Felipe Camargo), filho único de Vitória (Irene Ravache). Ele é é rapaz rico, de origem italiana, obrigado a casar com Melissa (Paolla Oliveira) por interesses de negócios. Como é de se imaginar, o casal terá de enfrentar muitos obstáculos para ficarem juntos, por reencarnações, inclusive. Lívia e Felipe vão contar com ajuda do anjo Ariel (Michel Melamed).

A grande questão que envolve as duas fases da novela, a mudança deve acontecer lá pelo capítulo 70, é que só o público vai entender qual a ligação da vida passada dos personagens com a atual. No texto escrito pela autora Elizabeth Jhin – a mesma, aliás, das espirituais Eterno Amor (2012), Escrito nas Estrelas (2010) e Eterna Magia (2007) – apenas os nomes continuam os mesmos. Segundo ela, esse vai ser o código usado para o telespectador não se confundir. A autora deixa claro também que nem todos terão as mesmas ligações de famílias da primeira fase, mas todos, sem exceção, vão viver e evoluir o que tiverem de evoluir para aprender. Karma é sempre bom tempero em novelas. Isso não dá para negar.