João Carlos Martins se encaixa na categoria de pessoas que dispensam apresentações. Quem conhece sua história e amor pela arte reconhece imediatamente que o dono dos cabelos grisalhos e mãos poderosas é importante artista, um grande homem. Sua presença, por si só, já é tentador convite para admirá-lo de perto.

E os moradores de Mauá e Grande ABC terão a chance amanhã de acompanhar um dos maiores intérpretes de Johann Sebastian Bach (1685-1750) trabalhando, a partir das 20h, durante apresentação da Bachiana Filarmônica Sesi. A orquestra estará na unidade do Sesi de Mauá (Av. Presidente Castelo Branco, 237, tel.: 4542-8951) com entrada gratuita.

À frente de grupo composto por 65 “excelentes músicos” com idades entre 18 e 60 anos, como descreve, o maestro é todo orgulho. “Tenho muito prazer em trabalhar com cada um. É aprendizado constante tanto para mim quanto para eles”, faz questão de dizer ao Diário. No repertório de amanhã, estão composições de Beethoven e Ennio Morricone, passando por releitura de Libertango, de Astor Piazzolla.

Um dos trechos mais emocionantes do concerto, porém, não poderia deixar de ser o encontro entre o maestro e seu grande companheiro: o piano. Nas apresentações com a Bachiana pelo País, João Carlos Martins costuma matar as saudades. “Amo reger, já faço isso há 11 anos. Foi maneira de continuar na música quando soube que não poderia mais tocar profissionalmente. Por isso, a parte em que sento ao piano é, certamente, é um dos momentos mais especiais”, declara.

Além de se apresentar com a Bachiana, o maestro também comanda o projeto A Música Venceu, que atualmente atende 4.700 crianças e adolescentes em 37 núcleos localizados em áreas carentes. Lá, eles têm noções de música clássica. “Aproximamos um novo público deste universo maravilhoso e temos, em primeiro lugar, o objetivo de formar apreciadores, depois, profissionais”, finaliza.