'Cidades de Papel' é melhor no cinema

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Marilia Montich

 Dizem que a adaptação de um livro para os cinemas sempre deixa a desejar. Não é o caso de Cidades de Papel, filme baseado no livro homônimo do norte-americano John Green e que chega hoje às telonas. Sem perder a essência, a história fica mais interessante no formato cinematográfico.

O próprio autor, que veio ao Rio de Janeiro no início do mês para divulgar o longa do diretor Jack Schreier, admitiu que o filme é “claramente melhor” do que a obra original. Ele participou da Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) com o ator Nat Wolff, no papel do protagonista Quentin Jacobsen. Ele já havia atuado em A Culpa é das Estrelas, adaptação de Green que arrastou mais de 6 milhões de brasileiros aos cinemas em 2014. O filme entra em cartaz aqui antes dos Estados Unidos. Lá a estreia está marcada para dia 24.

Ao contrário de A Culpa é das Estrelas, não é preciso se munir de caixas de lenços para assistir ao novo longa. O tom dramático do primeiro título é substituído por narrativa bem mais leve no segundo. Mesmo assim, a profundidade das questões abordadas é mantida.

O filme é sobre Quentin, jovem apaixonado pela colega e vizinha Margo Roth Spielgelman, vivida por Cara Delevigne. Os dois se conhecem crianças, mas se afastam com o passar do anos. Prestes a se formar no Ensino Médio, Quentin é supreendido por visita de Margo, que o convida a participar de um plano de vingança. O garoto embarca na aventura por acreditar que a relação dos dois pode mudar. Mas a garota desaparece deixando série de pistas. Com a ajuda dos amigos, Ben (Austin Abrams) e Radar (Justice Smith), Quentin dá início a busca incessante por sua paixão platônica.

Os diálogos e situações vividas pelo trio são os pontos altos e rendem boas risadas. O desvendar das pistas se dá de forma bem mais rápida na telona do que no livro, uma das vantagens da adaptação por não deixar o enredo cansativo. Alguns fatos têm a ordem trocada. Outros, sequer foram incluídos.

O enriquecimento da trama, aliás, está muito nas cenas que foram acrescentadas. O romance entre Radar e Angela (Jaz Sinclair), a reflexão do trio sobre o fim da escola e o baile de formatura são exemplos. O desfecho da história, sem dúvida, é uma das mudanças mais significativas. Trata-se de um filme sobre amizade, descobertas, escolhas e, sobretudo, complexidade humana.




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