Selfie Mania

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Miriam Gimenes

 A ‘arte’ da selfie, desconhecida pelos seres humanos até o início do século 21, ganhou o mundo todo. Tanto que há dois anos virou verbete do Dicionário Oxford, o mais respeitado e extenso da língua inglesa. Na tradução livre, ele significa fotografia que alguém tira de si mesmo e divulga nas redes sociais. E foi entre uma selfie e outra que o empresário paranaense José Victorelli, 32, teve o insight da sua vida. Foi quando o rapaz, que acabara de voltar de Londres para o Brasil e estava sem rumos profissionais, decidiu pegar as coisas e viajar. O destino? Passeou sozinho pela Namíbia, na África, durante uma semana.

Para se locomover alugou um carro, rodou 3.000 quilômetros, fez balonismo, paraquedismo, safari de helicóptero, pescaria de tubarão. “E lá gravei um vídeo quando estava perdido no deserto e postei no meu Facebook. O pessoal achou engraçado e passou a me cobrar, a toda viagem, de fazer o mesmo.”

Uma amiga que trabalhava em televisão sugeriu que fizesse gravações para um programa de viagem. Como o formato já existe aos montes, pensou em fazer algo diferente: procurar destinos inusitados. Daí nasceu o Zellfie, programa que deve reunir o melhor de suas visitas pelo mundo. “Fui postar uma selfie no Instagram e escrevi errado.Deixei. E daí surgiu a ideia de nomear assim o programa. Os dois ‘Ls’ são uma homenagem ao meu irmão falecido, Luis, e ao meu filho Lorenzo”, explica. De lá para cá, o viajante, que também ganhou a alcunha de Zellfie, já tirou selfies em 55 países. “Sempre foco nos menos visitados e mais exóticos, como Afeganistão, Ucrânia, Etiópia, Mongólia, entre outros. A meta é ir para 192 países, sempre em busca de coisas diferenciadas, nunca feitas antes.”

Entre suas aventuras está uma caça com águias na Mongólia. “Lá é um dos lugares mais frios do mundo, fiquei em uma vila que não tinha nem energia elétrica. Mas foi uma das paisagens mais lindas que já vi”, lembra. Outra viagem de tirar o fôlego foi quando chegou na boca do vulcão Erta Ale, na Etiópia. “Foi uma escalada de 16 quilômetros seguidos a pé. Quando cheguei ao topo, à noite, vi uma cratera gigantesca, vermelha, com as bolhas na minha frente. Inesquecível.”Sua rotina é feita da seguinte maneira: são três semanas no Brasil e duas viajando. E já tem os próximos projetos:?lutar com ativistas contra caçadores de baleias no Japão, realizar todos os passeios bíblicos, fazer uma expedição ao Titanic, mergulhar nas geleiras da Antártida, cruzar o Oceano Ártico em navios quebra-gelo, visitar minas de diamante na cidade mais fria do planeta (-70ºC graus), em Yakutsk, caçar tornados e tempestades com cientistas norte-americanos e voar de Mig (na estratosfera terrestre na Rússia). Ele aceita, no entanto, sugestões e pretende lançar promoção em breve neste sentido.

Para ver seu programa decolar está investindo pesado. Ele, que custeia as viagens ­­– mas não revela valores –, quer fazer disso um negócio. Assim que tiver as 13 edições feitas, ­ inspiradas nos seus favoritos À Prova de Tudo (Discovery Channel), Top Gear (BBC) e Você Sabia (Natgeo), pretende vendê-las para um canal de televisão.
Por enquanto, disponibiliza alguns de seus vídeos no site www.zellfie.com.br e no canal do YouTube. Também pensa em fazer um livro, assim que a expedição estiver completa. E, é claro, como um bom ‘produtor’ de selfies, alimenta quase diariamente seu?Instagram, onde já tem quase 35 mil seguidores. “Lá as pessoas veem as fotos e viajam comigo, cada um com sua imaginação.”
 
José posa em tanque de guerra na Ucrânia
 
 
 
Na Mongólia, José viu uma das paisagens mais belas que já teve oportunidade e participou da caça com águias
 
 
                                    Na Etiópia teve a oportunidade de subir ao cume do vulcão Erta Ale, após pecorrer 16 quilômetros, e ver sua lava in loco
 
 
Registro de pico nevado no Japão
 



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