Como passar dos 100? No Dia Internacional dos Idosos, o autor da obra "Rumo aos 120 anos" e médico Aldrin Marshall, apresenta ao Diário dicas para uma vida longa e saudável, diante da oportunidade criada pelos avanços da tecnologia e pelo foco entre a tríade: corpo, alma e espírito.
Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina e pós-graduado em Medicina Bioquímica e Prática Ortomolecular e Nutrologia, o especialista destaca, sobretudo, a importância nacional de políticas sociais para a qualidade de vida da terceira idade. "Nos países desenvolvidos as políticas sociais auxiliam o idoso a ter uma melhor qualidade de vida, já nos países pobres ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, as políticas públicas têm se mostrado bem ineficientes no que diz respeito ao cidadão com mais de 60 anos. Como o Brasil não se preparou adequadamente para atender as necessidades da população idosa, o envelhecimento é tratado como um problema e não como uma conquista, sendo os idosos vistos como um encargo para a família, para o estado e para a sociedade", detalha.
Atualmente, o Brasil ocupa a 58ª posição no ranking de qualidade de vida do idoso, conforme o último relatório divulgado pela Help Age. No melhor lugar para se viver em tal faixa etária está a Noruega, sendo o pior colocado o Afeganistão. O Brasil, em contrapartida, ficou na quinquagésima oitava posição, atrás de vizinhos como Uruguai e Argentina.
Pela Editora Hagnos, o livro ‘Rumo Aos 120 Anos’, de Dr. Aldrin Marshall, tem coautoria com o religioso Luciano Subirá.
1- Dr. Aldrin, comente como sua formação o levou e instigou para que escrevesse tal obra. De onde veio a ideia de juntar esta tríade (corpo, alma e espírito)?
Desde criança eu já sabia que queria ser médico. Nunca desejei ter outra profissão, conforme fui crescendo, entendi que
teria que me esforçar ao máximo para isto, já que minha única opção seria entrar em uma universidade pública. No curso, percebi que a Medicina ia muito além de uma profissão, sendo também a minha vocação. Mas, apenas 20 anos depois da minha formatura, compreendi a dimensão desta profissão: ela não apenas trata sintomas e enfermidades, mas tem o poder de prevenir o adoecimento. Hoje, com 31 anos de formado, tenho em mãos o meu primeiro livro, inspirado na minha história, um homem que escolheu não mais sobreviver até morrer, mas sim viver até morrer - por isto, a tríade.
2- Mate a curiosidade dos leitores do Diário: qual a idade do senhor? Pode dizer que quais preceitos do livro aplicou à sua vida?
A minha idade cronológica é de 54 anos. Posso dizer que apliquei todos, já que antes de escrever o livro, vivi cada capítulo, com todos os desafios e deleites que a obra se propõe.
3- Acredita que a sociedade encara o envelhecimento de alguma forma deturpada ultimamente?
Até bem pouco tempo, o envelhecimento era encarado com preconceito e falta de investimento em todas as esferas. Um público que não recebia a atenção merecida. Hoje, diante da nova expectativa de vida, o foco se voltou para esta idade. Acredito na Bíblia e ela afirma, diante de todas as fases da vida, que, "na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos". Não apenas podemos viver 120 anos, mas podemos viver viçosos e vigorosos. Acredito nisso.
4-Se pudéssemos sintetizar o segredo para a longevidade, qual seria em sua visão como médico?
O livro começa com o convite para sairmos do piloto automático. Algumas atitudes são importantes para todos - do mais jovem àqueles que passaram dos 60: ajustar o sono, planejar a alimentação, programar a atividade física, hidratação adequada e administração do estresse, entre outros. Não podemos escolher quantos dias iremos viver, mas pode escolher como viveremos cada dia. A pergunta que devemos fazer todos os dias é "vamos escolher viver saudável?".