Dissídio vai incindir nas pensões pagas pelo instituto, que está sem autonomia financeira; Prefeitura de Diadema faz aporte mensal de R$ 11mi
O secretário de Finanças de Diadema, José Luiz Gavinelli, afirmou ao Diário que o reajuste que será aplicado nos salários dos servidores municipais este ano vai piorar ainda mais a crise enfrentada pelo Ipred (Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema), que perdeu sua autonomia financeira em março, decorrente de dívidas acumuladas e da falta de repasse de recursos pela Prefeitura ao longo das últimas gestões. A dívida do município com o Ipred é estimada em R$ 1,3 bilhão.
LEIA MAIS: Com críticas, Refis é aprovado em primeira discussão na Câmara de Diadema
A viabilidade financeira do Ipred é um dos maiores desafios encontrados pela gestão Taka Yamauchi (MDB). Hoje, o instituto conta com 6.396 servidores ativos e paga 3.630 aposentadorias e 441 pensões. Para manter a folha de pagamento de servidores, aposentados e pensionistas, o governo despendeu R$ 3 milhões em março e R$ 11 milhões em abril, valor que será mantido nos repasses mensais feitos pela Prefeitura até o fim do ano.
Em 2025 sairão R$ 102 milhões dos cofres municipais para manter a autarquia. Porém, caso a proposta de reajuste salarial com base na reposição da inflação seja aceito pelos servidores, o montante será acrescido de R$ 4 milhões ao ano, segundo informou a Secretaria de Finanças.
Gavinelli afirmou que, tendo em vista o desequilíbrio financeiro da cidade, se for consultar a existência de recursos financeiros, o município não tem condições nem de bancar as suas despesas. Com isso, conforme o secretário, o prefeito Taka, em um esforço, está buscando repor ao menos a inflação, valor semelhante a que outras Prefeituras do Grande ABC também estão propondo.
“Então, serão invertidas algumas prioridades no plano básico para poder atender os funcionários, no mínimo, repondo a inflação. É bom deixar claro que o reajuste que for aplicado para os servidores na ativa também incindirá nos pagamentos dos aposentados e pensionistas, os quais o município já está complementando e vai onerar ainda mais os cofres da Prefeitura, já que o Ipred não tem condições de pagar seus segurados”, afirmou.
LEIA MAIS: Futuro secretário de Finanças afirma que dívida com Ipred é de R$ 1,3 bi
A Prefeitura propôs ao funcionalismo reajuste salarial de 4,87% até o fim do ano, sendo 2% a partir de maio e mais 2,87% em outubro. O mesmo percentual e calendário de aumento seria aplicado ao vale-alimentação e vale-refeição. Outra indicação apresentada à categoria é a criação de auxílio-saúde de R$ 133,40 mensais para todos os servidores, substituindo o modelo atual de subsídio ao convênio médico.
A proposta da Prefeitura foi rejeitada pela categoria, que esteve na sessão da Câmara na quinta-feira, em busca de apoio dos vereadores para que as conversas continuem.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.