Política Titulo No Grande ABC
Cross regionalizada é meta a ser alcançada, diz ex-secretário David Uip

Estado chegou a sinalizar possibilidade de promover mudança; Consórcio abriu diálogo

Wilson Guardia
16/05/2025 | 08:13
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


O reitor do Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) David Uip, e ex-secretário estadual de Saúde (setembro de 2013 e abril de 2018 ), disse ao Diário, que a regiona-lização da Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) é meta a ser alcançada e que discussões sobre a implementação devem voltar ao debate. 

Durante o período em que ficou à frente da Pasta, o tema não avançou por divergências entre os gestores dos sete municípios. Com isso, uma cidade não aderiu ao plano e, por isso, o governo suspendeu o andamento da demanda. “É óbvio que o Grande ABC precisa regionalizar a Cross. Há estrutura para dar conta (da demanda)”, disse Uip.

Na região há dois hospitais estaduais de referência, o Mário Covas, em Santo André, e o Serraria, em Diadema, além da Rede Lucy Montoro e os AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades).

Segundo o ex-secretário, em meados de 2018 a Cross regional chegou a avançar, mas por “problemas dentro do Consórcio, na última hora, a da assinatura (da parceria entre as sete cidades e o Estado), por conta de distor-ções e questões internas, uma das cidades não assinou. Foi uma oportunidade perdida e muito lamentada”.

Indagado sobre qual município teria declinado, Uip rememorou os fatos e comentou ter sido apenas uma divergência política, mas que não participou das discussões, por representar o Estado e acompanhar de longe a resolutividade, para dar sequência à regionalização do sistema de regulação. Sem consenso, o projeto travou.

Questionado sobre qual cidade havia declinado da proposta, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC esclareceu que no dia 4 de maio de 2018, em reunião do GT (Grupo de Trabalho) da Saúde, que discutia a definição e validação da Cross regionalizada, São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires aprovaram a proposta. Na contramão seguiram São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra.

Diadema, que no ano anterior havia se retirado do colegiado, retornando apenas em dezembro de 2019, não participou da agenda.

Apesar dos impasses, David Uip acredita que o assunto pode ganhar força e voltar a ser pautado no âmbito da entidade regional. “O Consórcio está muito bem (administrado) e integrado”, pontuou o ex-secretário.

O Consórcio Intermunicipal atualmente é presidido pelo prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima Lima (Podemos). No passado, quando a falta de consenso fez a região perder a oportunidade de ter uma central de regulação apenas paras as sete cidades, os prefeitos com seus respectivos partidos à época eram Orlando Morando (PSDB - São Bernardo), Paulo Serra (PSDB - Santo André), José Auricchio Júnior (PSDB - São Caetano), Lauro Michels (PV - Diadema), Atila Jacomussi (PSB - Mauá), Kiko Teixeira (PSB - Ribeirão Pires) e Gabriel Maranhão (PSDB - Rio Grande da Serra).

DIÁLOGO

Nos primeiros dias deste ano, Felicio Ramuth (PSD), enquanto governador em exercício, admitiu em vistoria na sede da rede Lucy Montoro, em Diadema, a possibilidade de o Estado criar uma Cross regionalizada, com recorte para o Grande ABC. “É um caminho interessante. Existe a possibilidade de, ao longo dos próximos anos, dar atenção especial (à reivindicação). Esse é um pleito do conjunto das cidades e vamos estudar com carinho”, explicou o pessedista, frente a questionamento do Diário.

No mesmo mês, antes da sinalização do Estado, Júnior Getulio (PT), presidente da Câmara de Mauá, já havia levantado a pauta para melhorar a organização dos serviços de saúde na região.

O Consórcio Intermunicipal, após as movimentações, levou o tema para as reuniões temáticas. Entretanto, de acordo com a assessoria da entidade colegiada, “o assunto está atrelado às discussões estaduais sobre a regionalização da saúde e à aprovação da política estadual de regionalização do governo do Estado”.




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