Após assinar contrato de cessão do Complexo Vera Cruz anteontem com a Prefeitura de São Bernardo, a Telem SA (Técnicas Eletromecânicas) afirmou que os R$ 156 milhões de investimentos nos históricos estúdios de cinema – que deverá fazer em 30 anos – vão sair do “bolso da empresa”. A afirmação é da assessoria da Telem, que preferiu responder às perguntas do Diário por telefone.

Sobre as irregulares da aquisição dos estúdios de cinema de Paulínia – que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular e apontou direcionamento na concorrência e valores sem lastro com a realidade, além da inclusão de museu não previsto no edital –, a Telem afirmou que “todas as questões voltadas à Paulínia, ao contrato com a Prefeitura de São Bernardo e ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) estão dentro da Lei.” Eles disseram ainda que “o intuito da empresa não é fazer política, mas sim investir unicamente na cultura.”

De acordo com a assessoria do BNDES, a Telem já realizou operações de financiamento, sendo que a última foi em 2010 e, as primeiras, em 2000. Sobre a possibilidade da nova detentora da Vera Cruz ter solicitado empréstimo especificamente para este projeto, a resposta do banco de fomento é que “eles não podem revelar esse tipo de informação. Somente, se o acordo for firmado.”

O BNDES, por outro lado, aprovou em 2014 financiamento de R$ 123,3 milhões à Quanta DGT, do Grupo Telem, em projeto que vai digitalizar 770 salas de cinemas do País. Os recursos são oriundos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), administrados pela Ancine (Agência Nacional do Cinema). A Quanta DGT ficou responsável por atuar na operação como agente integrador, e também na aquisição e instalação dos esquipamentos. Sobre esse assunto, a Telem confirma e diz que “(o projeto) já está quase finalizado.”