Um pedaço da Itália no coração de São Paulo

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Miriam Gimenez e Vinícius Castelli

“A vida é muito curta para não comer e beber.” Logo na entrada o Eataly, maior mercado de produtos italianos do mundo, dá seu recado. Inaugurado dia 19 de maio, em São Paulo, já nas primeiras semanas de funcionamento o espaço virou um dos mais badalados pontos turísticos de São Paulo. Pudera. O conceito e o interior dele são tentadores: comer, comprar e aprender.
 
Nos 4.500 metros quadrados espalhados pelos três pisos da loja, são encontrados 7.000 produtos. “Cerca de 70% deles são italianos e o restante é resultado de uma pesquisa de produtos brasileiros. Valorizamos os pequenos produtores locais”, ressalta o gerente da unidade, o italiano Luigi Testa.
 
Entre eles estão produtos de primeira qualidade, a preços democráticos. “Uma das coisas que mais importam é comprar menos e melhor. Compramos mais do que a gente precisa e não pensamos na qualidade dos produtos. Usamos mais dinheiro em iPhone, óculos, em tudo o que colocamos por fora do nosso corpo. É mais interessante pensar na qualidade dos produtos que colocamos para dentro de nós, na nossa comida. Essa é a ideia que queremos passar”, diz Luigi.
 
Por isso, ele garante o padrão em tudo que é comercializado: padaria (produção própria), hortifrúti, açougue, peixaria, rotisseria, pasta fresca, queijos (há uma fábrica de moçarela, usada em todos os restaurantes da unidade), carnes curadas, laticínios e doces, geleias, conservas, azeites, molhos, temperos, condimentos, massas, arroz, bebidas não alcoólicas, vinhos (são 800 rótulos), cervejas, destilados, livraria e bazar.
 
Há também a La Scuola, com 18 lugares e que oferece aulas, degustações, cursos (a R$ 180, em média) e encontros com produtores, entre outras atividades. É possível usar o local para eventos privados.
 
Não à toa, passam diariamente no Eataly, durante a semana, cerca de 5.000 pessoas. Aos fins de semana esse número dobra. E nos dias 26, 27 e 28 de junho está programada uma festa junina no interior da loja.
 
A ideia de trazer o Eataly para cidade foi para retribuir a hospitalidade dos brasileiros com os 2 milhões de italianos que vieram para cá entre 1880 a 1930. O espaço fica na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 1.489, e funciona das 8h às 23h.
 
De molhos a vinhos, local é bom para compras
 
É difícil saber por onde começar a olhar. Prateleiras são ilustradas pelas mais diversas cores e cheiros. No piso térreo, uma bancada na área central chama a atenção. Diversas frutas, como cereja e morangos, estão perto de verduras frescas e legumes. Os tomates orgânicos italianos são destaque (R$ 12,99 o quilo). Até mesmo o que não é típico da Itália, como a pimenta jalapeño, do México, é opção ao bolso e ao olhar. Não longe dali, os funghis frescos têm lugar de destaque. E encontra-se de tudo. Produtos orgânicos do Brasil e feitos por pequenos produtores, como geleia de vinho Malbec (R$ 16,29, cada compota), e doce de leite também têm lugar garantido.
É no mesmo piso que estão os embutidos. Peças ou fatias fartas de mortadela italiana – tem até com pitadas de pistache – são o carro-chefe. E esqueça o sabor das tradicionais que se come no Brasil. Salames e presuntos são opção.
 
E como todo bom italiano não dispensa um pedaço de queijo, é claro que eles não ficariam de fora. Além de exemplares brasileiros, sempre de pequenos produtores, peças italianas também podem ser compradas, como é o caso do Nostrano (R$ 15,08, cada 100 gramas), da região do Piemonte, Norte da Itália. Já os pães saem frescos o tempo todo e é possível levar para casa. Além do tradicional italiano, tem pão integral e até com nozes.
 
No primeiro andar a tentação pelas compras aumenta. Molhos de tomate das mais diversas marcas, pesto, pesto vermelho e com funghi estão lá. Um deles é o da marca Antonella, com tomates cultivados na Ilha da Sardenha e tradição de mais de 40 anos. Isso sem contar nos vários molhos de diversos produtos.

Mas e as pastas? Além das frescas, preparadas no local, também há opções importadas, como o Alfetra, com aroma forte, feito com grãos cultivados na Puglia. Vinhos de toda a Itália (e de todo preço) são belos de ver. Isso sem contar na boa carta de cerveja, a maior parte brasileira.




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