Brasília no alvo da fera

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Rodrigo Mozelli

Que o ser humano tem imaginação fértil, já sabemos. Os escritores conseguem usufruir desta capacidade muito bem. E é isso que o consultor de marketing de 69 anos, Edmir Camargo, de Santo André, fez ao escrever e publicar Os Olhos da Fera (Giostri, 110 páginas, R$ 34, em média). A obra – que Edmir frisa ser totalmente ficcional – trata de série de misteriosos assassinatos que estão ocorrendo em Brasília. O responsável só ataca políticos. A única pista que a polícia tem são os olhos verdes do criminoso. Camargo discorre de forma divertida e, ao mesmo tempo, sob suspense, a maneira como o assunto é conduzido pelas forças policiais e como ele é tratado em diversas instâncias, incluindo a imprensa. “Me baseei em programas matinais e nos de notícias do fim de tarde, em que os apresentadores ficam gritando”, afirma o escritor, em entrevista ao Diário.
 
O livro foi escrito no início do ano passado em intervalo de cerca de três meses e é ‘inspirado’ no escândalo do Mensalão. “Eu e minha mulher fomos à Brasília e pensei: ‘alguma coisa diferente podia acontecer por lá’, já que em outros lugares não teria tanta repercussão”, afirma Camargo, que começou a escrever cedo – aos 18 anos, no extinto jornal andreense Folha do Povo. Lá, ele tinha a coluna Cotidiano em Dois Pontos.
 
Só que Edmir não faz tudo isso sozinho. Além de conversar com amigos e o filho, sua mulher Norma Camargo o ajuda principalmente na revisão dos textos. “Ele escreve muito bem, sou fã dele”, diz Norma, que também participou ativamente da produção de outras duas obras do consultor de marketing: E de Elefante, voltado para serviços de atendimento ao cliente, e Pequenas Histórias, Grandes Lembranças, escrito em parceria com Álvaro Ferreira e que reúne série de contos e crônicas.
 

Para conseguir transformar sua ficção em livro de verdade, Camargo passou pelos mesmos problemas que a maioria dos escritores brasileiros: a falta de incentivo e apoio para se publicar. “Já organizei concursos literários, e de lá saem produtos maravilhosos. As prefeituras estão nos devendo mais espaço para a Cultura”, encerra. 




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