Sem perder a identidade, Cícero dá um passo à frente com ‘A Praia’

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Vinícius Castelli

O carioca Cícero avisa que agora vai sem culpa pela Via Dutra. Morando em São Paulo, o cantor e compositor acaba de lançar A Praia (Deckdisc, R$ 22,em média), terceiro disco que já cita elementos de sua nova cidade na primeira faixa. E com tudo novo, as intenções e formas de fazer música também se renovam.
 
As dez faixas foram gravadas, pela primeira vez, em estúdio profissional. Canções de Apartamento (2011) e Sábado (2013) foram feitos de maneira inusitada e caseira, com microfone de celular e gravador em fita. Ambientes como fundo de piscina vazia e banheiro foram os lugares certos para que Cícero arriscasse os mais diferentes tipos de sonoridade, bem perceptíveis e interessantes, por sinal.
 
“Desta vez, optei por um trabalho mais profissional. Os anteriores não são presos em questões técnicas, não possuem o volume e uma compressão correta para tocar no rádio ou em trilha de novela, por exemplo”, diz o cantor ao Diário. Sobre o processo de gravação, Cícero conta que nada mudou muito. “Faço música o tempo todo. Este disco, inclusive, ainda não tem totalmente a cara de São Paulo. No estúdio ou em casa, contanto que possa fazer as coisas do jeito que acredito e ficando bom de ouvir, para mim, é o que vale”, afirma.
 
Ainda sobre sonoridade, a ideia do compositor é ter a percepção do que as canções precisam, sem querer enfeitar demais ou se preocupar. “Cada música pede uma coisa. Talvez, só gravar uma no violão em casa mesmo a faz ficar perfeita”, ressalta.
 
A Praia cumpre a missão de qualidade e prazer em escutar. O clima intimista, que é característica viva de Cícero, dialoga bem com seus trabalhos anteriores e mostra um passo à frente. Mais profissional, buscando novos horizontes, mas sem deixar de lado a importância de ser original e deixar transparecer a sonoridade dos elementos presentes nas músicas. Ponto positivo.
 
Outros detalhes que fazem com que os discos conversem entre si e reforcem a identidade do artista são os títulos e assuntos. Frevo Por Acaso n° 2 e Cecília e a Máquina são como a extensão das poesias presentes em forma de canção nos outros trabalhos. É forma de revivê-las sem as repetir, um jogo interessante de criatividade.
 
TURNÊ
 

Hoje, às 21h, o Sesc Pinheiros, em São Paulo, recebe apresentação de Cícero. Além das canções do álbum novo, o repertório tem faixas dos trabalhos anteriores. O show promete ser uma “descompressão para deixar as coisas mais leves”, como o próprio cantor explica. A entrada custa R$ 20 e R$ 40 e estão sendo vendidas no www.sescsp.org.br. 




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