Coleção de Actions Figures é febre entre os adultos

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Gabriel Nishikata <br> Especial para o Diário

Até onde vai sua admiração por personagens de desenhos, filmes e jogos? Para alguns fãs, ver seus ídolos presentes nos livros, quadrinhos ou em mídias digitais não é mais suficiente, eles procuram algo mais real, por isso, aderem a coleção das famosas Action Figures: representações físicas (ou simplesmente "bonequinhos colecionáveis" para iniciantes) de algo que vemos apenas na TV, HQs ou em vídeo games. O hobby movimenta o mercado Geek de forma assustadora, conquistando a cada dia mais adeptos.

O termo ''Action Figure'' surgiu em meados de 1964, quando a franquia americana G.I Joe (Hasbro) lançou uma série de bonecos articulados nos modelos action soldier, sailor, pilot e marine, todos baseados nas forças armadas americanas. No Brasil, a empresa Brinquedos Estrela lançou uma linha semelhante chamada Falcon, em 1977. A partir daí o termo ''Figuras de Ação'' passou a diferenciar as peças dos demais produtos da linha (bonecas e bichinhos de pelúcia que eram chamados de ''Dolls'').

"A palavra action passou a classificar bonecos articulados, inicialmente produzidos para o público masculino infantil", revela o músico especializado no assunto, Eder Pegoraro, 44 anos, que acrescenta que a prática começou a ganhar força na década de 1990, com o advento da internet e a popularização da cultura pop. “Os colecionadores viram que não estavam sozinhos.”

O músico tem sua coleção com mais de 2.000 figuras desde 1992. "Conhecer colecionadores mais experientes é muito importante, principalmente para quem acabou de entrar nesse hobby. Tenha paciência e não saia comprando tudo o que ver pela frente, adquira somente as peças que você realmente gosta, a quantidade vem naturalmente com o tempo”, aconselha Eder que dá várias dicas para iniciantes em seu blog

Há tempos essa prática não é mais ''brincadeira de criança'', e um dos fatores para ter um público mais maduro é o custo elevado para investir nas figuras. “O preço varia de acordo com a raridade e o tamanho da peça, podendo custar de R$ 40 a R$ 9.000, conta Marcelo Bassoli, 32, diretor comercial da distribuidora brasileira de actions Piziitoys.

O empresário trabalha com os mais variados tipos de figuras, que se classificam em bonecos articulados, estátuas, réplicas (estátuas de tamanho real a personagem) e por fim, as populares toy arts, as versões ''cabeçudinhas'' e infantis das actions. O trio Batman, Darth Vader e Homem de Ferro são os modelos mais vendidos pela Pizii.

Sobre o público consumidor, Marcelo detalha que tem faixa etária entre 25 e 40 anos. “Quem era fã de séries e quadrinhos quando menor, agora tem dinheiro para bancar uma coleção, a prática traz nostalgia e resgata a memória dos clientes”, explica Bassoli.

No Grande ABC, Kleber Toledo, 42, de Santo André, coleciona desde os 35 anos. Com mais de 50 peças em sua casa, o foco do professor de Química são os bonecos da família Ultra, da série japonesa Ultraman, no qual desembolsou R$ 150 na compra da peça mais cara da coleção, o Ultra Seven 21. “O heroísmo me facinava e eu sempre acompanhava séries como Ultraman e Thundercats, aí quando ganhei umas peças de presente surgiu o interesse de começar uma coleção”, conta Toledo, que além das actions, possui um grande acervo de gibis, mangás e DVDs.

Para os fãs

Na região não falta atrações: Kleber é um dos organizadores da Trekker ABC Sci-Fi & Cia, um grupo que organiza eventos Geeks gratuitos no Grande ABC, com palestras, concursos de cosplay e exibições de vídeo. Apesar do nome, não é exclusivo de Jornada nas Estrelas. O próximo evento da Trekker será em São Bernardo, na Cidade da Criança (Rua Tasman, 301) nos dias 20 e 21 de junho (sábado e domingo). No domingo, Eder é um dos convidados e dará uma palestra sobre a história da Liga da Justiça (tema do evento) nas linhas de actions figures.




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