Amante da natureza, Marcelo Pacheco manipula imagens que fotografa em situações cotidianas da cidade como, por exemplo, uma plantinha que brota na calçada. A transformação dos registros é uma forma de achar um oásis em meio ao caos, sempre buscando elementos da natureza para editar no photoshop e criar figuras lisérgicas.

E é baseado neste olhar que ele monta a exposição Kaleidoskopias, em cartaz até dia 30 no saguão do Teatro Municipal de Santo André. Ela faz parte do projeto Mês do Meio Ambiente promovido pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) e pela Prefeitura de Santo André. A entrada é gratuita.

Para o artista gráfico e ilustrador, expor seu trabalho na cidade tem significado especial – é santista por nascimento e andreense por criação, já que morou nela durante 21 anos. “Meu trabalho será exposto no subsolo do gramado, onde eu brincava quando criança. Estudava numa escola próxima ao Paço Municipal, e ali era a Praça IV Centenário”, relembra.

O produto final de suas fotos são figuras que assemelham-se às projetadas por um caleidoscópio – aparelho que produz imagens coloridas e abstratas a partir de fragmentos de vidro coloridos. “Minha motivação inicial era fotografar essas coisas que a gente vê no dia a dia. Esse universo vegetal me encanta. Aí veio a coisa de começar a produzir essas imagens.” Entre os elementos estão galhos, folhas, raízes, muros de heras, micro-jardins que brotam das calçadas mal cuidadas e flores de sarjeta.

Aos 60 anos, Marcelo, que já ilustrou livros didáticos e infantis, pretende agora customizar roupas e outros objetos com suas produções, na área da moda e decoração. Apesar de não gostar da comparação entre as mandalas e sua obra, ele não nega a semelhança. “Tenho uma certa rejeição ao nome mandala, porque está na moda, e minha motivação não foi esta. Comecei a compor as coisas em forma de círculo e elas acabaram se tornando uma imagem que parece mandala.”