Sevilha e seus encantos

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Nilton Valentim <br> Do Diário do Grande ABC

O clássico e o moderno convivem em perfeita harmonia em Sevilha. A quarta maior cidade da Espanha, com 700 mil habitantes, oferece ao turista bem mais que uma infinidade de monumentos artísticos e religiosos. A capital da região da Andaluzia dá verdadeira lição de como soluções contemporâneas podem ser adotadas sem que a história sucumba ao progresso.

O melhor exemplo está no chamado centro histórico da cidade. Pelas estreitas cales sevillanas, apenas pessoas a pé e bicicletas circulam. No entorno, entretanto, largas vias escoam o tráfego de carros, carruagens e VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos). Nas grandes praças, as duas realidades se convergem e prédios que testemunharam o avanço da cidade – cuja história remonta 206 a.C, quando os romanos fundaram Itálica, que depois veio se transformar em Sevilha, – acolhem os modernos meios de locomoção, mas de forma que não se agridam e se completem.

O domínio árabe, que durou por mais de cinco séculos – terminou em 1248, quando as forças de Fernando III de Castela reconquistaram a cidade –, deixou marcas e grandes monumentos espalhados por Sevilha. O principal deles é a Giralda, torre erguida em anexo à catedral da cidade e onde eram feitas as preces à comunidade. Do solo até o topo, são 76 metros, os quais são alcançados após subir 35 rampas. Não existem escadas porque na época dos muçulmanos o encarregado de puxar as orações poderia percorrer o trajeto montado em um cavalo. Também conhecida como ‘La Giganta’, do seu ponto mais alto é possível avistar uma distância superior a 40 quilômetros.

COLOMBO

Outro ponto de visitação obrigatória em Sevilha é a catedral. O templo, erguido sobre uma antiga mesquita, abriga grande tesouro artístico. São mais de 500 obras desde o século 16 até os dias atuais. No local também está o túmulo de Cristóvão Colombo, o descobridor das Américas.

PALÁCIO

É preciso reservar um tempo também para conhecer os Reales Alcázares. São quatro palácios decorados com enormes obras de arte, móveis e azulejos, além de belos jardins. Nos fins de semana, casais aproveitam o cenário para as fotos do álbum de casamento.

PLAZA ESPAÑA

Construída para receber a Exposição Iberoamericana de 1929, a Plaza España tem 50 mil metros quadrados. São muitos detalhes que valem sucessivos cliques, como as torres em cada uma das extremidades do monumento e o lago que circula toda a obra. O projeto é do arquiteto sevilhano Aníbal González. Em cada um dos arcos há referência a uma província do país.

ESPORTE

Se ainda sobrar fôlego, vale uma corrida, caminhada ou pedalada nas margens do Rio Guadalquivir. Entre as pontes Isabel II e de Los Remedios, estão o Paseo das Delícias e o Cristóvão Colombo. O belo cenário recarrega as baterias.

Touros e espetáculos de flamenco

Um espetáculo no qual o animal é fustigado até a morte diante do público à primeira vista parece ser repugnante. Entretanto, as touradas fazem parte da cultura espanhola e em Sevilha está uma das mais tradicionais plazas de toros do país.

A Real Maestranza Sevilla foi construída em 1881 e oferece espetáculos taurinos entre abril e outubro. Entretanto, durante todo o ano o espaço é aberto à visitação.

Os monitores procuram desde o início do passeio, ainda nas arquibancadas, fazer com que o turista deixe de ver as touradas como espetáculo sangrento. Mostram fotos dos campos onde os bois vivem e lembram que na idade média os confrontos entre cavaleiros terminavam com um decaptando o outro adversário.

Entre os adereços expostos no local está uma vestimenta que foi pintada por Pablo Picasso.

O ápice da visita é a sala onde os toureiros se concentram antes de ir para a arena. Na parede há uma oração (foto) e, em destaque, altar dedicado à virgem de Macarena, a protetora daqueles que arriscam a vida para garantir a diversão dos torcedores. A decepção é que não é permitido o acesso ao local onde ficam os touros.

NO RITMO

Para os que se impressionam negativamente com as touradas, Sevilha oferece muitas opções de dança Flamenca. Os bailarinos se exibem ao som da tradicional guitarra sevillana. Aos gritos de ‘olé’, as castanholas marcam os passos. As apresentações ocorrem em teatros no centro histórico e também em vários restaurantes espalhados pela cidade. 




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