Província italiana com nome de santo

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Kelly Zucatelli<br>Do Diário do Grande ABC

Uma cidade de boneca? Uma escalada de volta ao tempo, mais precisamente à era medieval? Pode ser... Chegar a Assis, província italiana de Perugia, terra de São Francisco de Assis e Santa Clara, é ter a impressão de estar em universo que foge a toda modernidade que vivemos e nos coloca em ambientes de ruas estreitas e antigas, ricas de história e visual que deslumbra a todos.

Ainda na estrada, já se pode visualizar a beleza e a imponência das construções antigas, situadas nas alturas. Com cerca de 25 mil habitantes, a terra do santo que peregrinou na pobreza reserva um recanto em que aflora a religiosidade, a começar pela Basílica de São Francisco de Assis, que recebe centenas de pessoas diariamente.
Conhecida como a Colina do Paraíso, a igreja, assim como todas na Itália, é rica em pinturas e esculturas. Sua construção é datada de 1228 e visitá-la não é algo tão convencional quanto parece. Tudo porque a basílica, que é classificada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como patrimônio mundial, tem parte superior, construída em 1239, com arquitetura puxada ao romântico-gótico, com decorações e pinturas de artistas italianos consagrados – como Cenni di Petro Cimabue (1240-1302), criador dos mosaicos, e Giotto di Bondone (1266-1337), o precursor da pintura renascentista.

Já no piso inferior da igreja existem várias capelas com arcos circulares e decoração que retrata cinco cenas da Paixão de Cristo e da vida de São Francisco de Assis. Totalmente diferenciado das igrejas convencionais, o espaço subterrâneo merece uma observação detalhada nas diversas paredes, pinturas e esculturas.

Através de uma escadaria dupla pode-se chegar à cripta de São Francisco de Assis, local aonde se acredita estarem os restos mortais do religioso, que foi descoberto em 1818, muitos anos após a formação principal da igreja. Feito em mármore fino em estilo neoclássico e redesenhado em pedra crua, o ponto é disputado por muitosvisitantes para minutos de oração e pedidos ao santo.

Em 1997, terremoto destruiu parte da estrutura principal da igreja, que ficou fechada por dois anos. Durante o período, diferentes artistas romanos pintaram 32 cenas do Antigo e do Novo Testamento, que são imperdíveis de se apreciar.

NA ROTA
Após o passeio enriquecedor pela igreja de São Francisco de Assis, continuar a caminhada pela cidade requer muita disposição, pois sua geografia é feita de sucessivos aclives e declives. O indicado é reservar um dia para conhecer bem as vielas e ruas que parecem não mais acabar, com diversas lojinhas de enfeites, lembrancinhas, porcelanas típicas e produtos artesanais gastronômicos da região.

As discretas portinhas dos restaurantes de Assis geralmente reservam boas e simples opções de pratos, como a tradicional massa caseira, as carnes, como costeletas de cordeiro na brasa e leitão assado, além das sobremesas que arrancam suspiros, como, por exemplo, a attorta – semelhante ao strudel. Tudo sempre acompanhado de um bom vinho italiano, que harmoniza muito bem com qualquer prato.

Comer na Itália não é barato, mas as opções são boas e de qualidade e os cardápios oferecem receitas saborosas com diferentes tipos de queijo e o consistente molho de tomate. Por refeição, uma pessoa gasta em média, com bebida inclusa, entre 30 e 40 euros, tanto nos grandes centros como nas cidades pequenas.
Dizer bye bye a Assis sem provar um delicioso gelato não pode acontecer! As opções de sabores artesanais são diversas. O preço médio do copo pequeno do sorvete, com dois sabores, é cinco euros – o valor varia dependendo da localidade.

Tour gastronômico feito, é hora de ir às compras. A província de Assis pode ser medieval e pequenina, mas também é um convite ao consumismo – nada de maneira muito agressiva, mas bem sugestiva.

Tapeçarias impecáveis, casacos de lã feitos pelos artesãos locais atraem muito o consumo, pois são de qualidade impecável e bordado especial. Custam a partir de 50 euros. Assim como as peças com a pedra de murano, que podem ser encontradas em diversos preços e qualidades, custando a partir de 20 euros. Bolsas de couro são encontradas a partir de 25 euros. Difícil é ir embora sem levar uma plaquinha da cidade com os dizeres ‘Paz e Bem’.




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