Max reestilizado

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Rodrigo Mozelli

Quando lembramos do icônico Mad Max, sucesso na década de 1980, vem na memória grandes atuações de Mel Gibson (protagonista no papel que alavancou sua carreira), ou até mesmo de Tina Turner em A Cúpula do Trovão e a música-tema We Don’t Need Another Hero. Mas nada disso está presente no quarto longa da série, Estrada da Fúria, que estreia hoje nos cinemas brasileiros.


Dirigida por George Miller (o mesmo dos anteriores) e, agora, estrelado por Tom Hardy e Charlize Theron, a trama consegue alcançar as antecessoras. Miller acertou em cheio ao rechear Estrada da Fúria com quase duas horas de pura ação e diálogos mínimos, que, de fato, não fazem falta. Poucos são os momentos em que se consegue parar e respirar. Ah, e não é preciso sair correndo para assistir à trilogia anterior, pois não há ligação direta entre os episódios.


A história conta sobre nova missão que Max Rockatansky, ex-policial em mundo pós-apocalíptico, deve cumprir. Sequestrado por garotos de guerra de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), um dos poucos a controlar a água restante na Terra, Max vira ''bolsa de sangue'' ambulante de um destes garotos, Nux (Nicholas Hoult), e acaba sendo obrigado a sair em perseguição de máquina de guerra pilotada por Furiosa (Charlize Theron). Não se sente que o personagem principal tem função vital na trama, pois, em muitos momentos, ele ''desaparece'' e deixa o posto para os demais.


As cenas de fortes emoções – muito bem casadas com as trilhas sonoras –, dão lugar a momentos de drama e até romance. Mas vale ressaltar: isso só acontece duas ou três vezes no máximo. Se ação e trilhas espetaculares dão tom ao filme, o mesmo não se pode dizer do efeito 3D, pois não reflete a vasta gama de cores e efeitos especiais explorados na obra, banhados a boa dose de sangue. Somente alguns pequenos cacos e destroços parecem estar indo de encontro com o espectador. Nada digno de se fechar os olhos por conta do susto.


Ainda sobre os efeitos, mais de 80% deles envolvem dublês, maquiagem e cenários. A computação gráfica foi usada com cautela, em especial na melhora da paisagem da Namíbia (local das filmagens) e para ''sumir'' com a mão esquerda de Charlize, que no filme tem braço robótico em seu lugar. Tudo isso gasto no orçamento de cerca de US$ 150 milhões.


Acerca de eventuais continuações da saga, tudo depende de resposta positiva do público ao quarto filme. Mesmo com esta incerteza pairando no ar, Tom Hardy já assinou contrato com a Warner Bros para mais três produções como Max.




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