Flip exalta DNA de Mário de Andrade

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Miriam Gimenes

Uma vez diretor-fundador do Departamento de Cultura de São Paulo, Mário de Andrade (1893-1945) esboçou um projeto de centros culturais que proporcionassem a crianças e jovens educação com ampla convivência social. Um homem à frente de seu tempo, criava ali o DNA que serviria para gerar diversas manifestações culturais, não só em São Paulo como no País. Uma das herdeiras do ‘gene andradino’ é a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), cuja 13ª edição será entre os dias 1º e 5 de julho. Nada mais justo do que ele – que completaria 70 anos em 2015 – ser o homenageado do evento. <QA0>

O diretor-geral da Flip, Mauro Munhoz, exalta a importância do legado de Mário. “A idealização das casas de cultura devemos a ele. Embora não tenha se concretizado, o projeto previa biblioteca, discoteca, salas de palestra e de ginástica, numa genial tentativa de dissolver as barreiras entre as artes e criar um espaço público dedicado ao indivíduo.” Essa visão inspirou o trabalho da Casa Azul – organização da sociedade civil que desenvolve projetos de arquitetura, urbanismo, educação e cultura em Paraty –, que também organiza a Flip.

A diretora da Casa Azul, Belita Cermelli, exalta os resultados do evento desde sua criação. “A Flip vai além do marketing, além de mais um evento na agenda literária.” Ela não só rendeu atividades literárias permanentes nas escolas locais – atualmente 13 mil alunos participam de suas oficinas – como também intensificou o gosto à leitura. “Nos dez primeiros anos do evento, subimos de três para 30 bibliotecas na cidade”, completa.

PROGRAMAÇÃO
O curador da Flip, Paulo Werneck, diz que os 39 escritores escolhidos contemplam todo tipo de público. “A Flip busca o diálogo entre as artes, que está no DNA de Mário.” Entre os escritores convidados estão Arnaldo Antunes, Roberto Saviano, Beatriz Sarlo, Karina Buhr, Boris Fausto, Ngugi wa Thiong’o, Jorge Mautner, Marcelino Freire, Sophie Hannah, David Hare e José Miguel Wisnik. São realizadas paralelamente a Flipinha e da FlipZona (programação jovem).

Por conta da crise econômica, o orçamento – até agora captados R$ 6,1 milhões – caiu 15% em relação ao do ano passado (R$ 8,2 milhões). Os ingressos para a tenda dos autores custará R$ 50 (ticketsforfun.com.br). A programação principal será transmitida ao vivo, gratuitamente, pelo telão na praça da Santa Casa. 




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