Um convite aos sentidos

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Miriam Gimenes

Pouco mais de quatro décadas separam a primeira vez que Antonio Fagundes pisou no palco do Teatro Municipal de Santo André, em 9 de abril de 1973, com a peça O Evangelho Segundo Zebedeu, e o próximo fim de semana. É que nos dias 15 e 16, às 21h30, ele – um dos primeiros artistas a encenar no tablado andreense –, Bruno Fagundes e elenco apresentarão a peça Tribos, que aborda a surdez de diversas maneiras, seja ela física ou metafórica. O espetáculo, com texto da inglesa Nina Raine, é um dos primeiros acessíveis do País, porque conta com uma intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Em Santo André, ela participará no sábado.
 
Na trama, Billy (Bruno Fagundes) é surdo e seus pais (Fagundes e Eliete Cigaarini) o criam dentro de um casulo. O garoto, que tem mais dois irmãos (Guilherme Magon e Maíra Dvorek), se apaixona por Silvia (Arieta Corrêa) e deixa todos desestabilizados.
 
O espetáculo é, segundo Fagundes, uma ‘comédia perversa’. “O público se diverte muito com situações engraçadas, mas é aquele riso ardido. E particularmente o meu personagem, que é um pai de família politicamente incorreto, fala coisas absurdas, mas divertidas, que fazem o público pensar.” Para ele, a autora foi feliz ao nomear o espetáculo porque, de uma história inicial em que existiam duas tribos – pessoas com e sem deficiência –, ela termina com 1.000 ‘divisões’.
 
Nina, na sua visão, quis ampliar a discussão para a surdez do mundo. “Estamos vivendo na era da comunicação, da informação e nunca fomos tão surdos, cegos, mudos em relação uns aos outros como temos sido agora. Mostramos isso de uma forma divertida, mas sem deixar de ser contundente.”
 
E o espaço físico ajudará na empreitada. Fagundes diz que adora a arquitetura do teatro municipal, o ‘único com três palcos’. “Na época do ‘Zebedeu’ ficamos meses em cartaz e fiz outros espetáculos. Estou ansioso em voltar para esse espaço e encontrar este público extraordinário, que deverá curtir muito Tribos, como todos os espetáculos que fiz até aqui.” A peça já teve 200 mil espectadores no País e rodou sete cidades em Portugal, onde atraiu 50 mil pessoas.
 
O valor dos ingressos é R$ 80 (R$ 40 meia-entrada) e podem ser comprados na bilheteria do teatro, das 14h às 19h, e nos sites www.compreingressos.com e www.bilheteriaexpress.com.br. Informações no telefone 2093-3176.



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