Arte eternizada

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Vinícius Castelli

 Para Seri, as tiras representam universo de liberdade, de ser quem é e de disseminar o que pensa – tudo com o maior prazer. Para mostrar um bocado disso ao mundo, o ilustrador do Diário resolveu reunir mais de 350 tirinhas (todas já publicadas no jornal) em Bichos, Homens e Deuses (Editora Boitatá, 104 págs., R$ 25, em média), livro que acaba de chegar às prateleiras. O lançamento está marcado para sábado (9), a partir das 14h, na livraria Leitura, no Golden Shopping (Av. Kennedy, 700), em São Bernardo. A obra também pode ser adquirida na página da editora no Facebook.

Brincadeiras, charges recicladas, humor negro, assuntos como religião, solidão, dependência tecnológica, a rotina das pessoas e diversos outros temas são inspiração para o artista, que soma 35 anos de carreira e cujo livro ganha vida graças ao ProacSP (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo).  Seri – dono de outros dois livros publicados – conta que sempre teve vontade de fazer título só com tiras. “Comecei a reciclar alguns cartuns e charges para transformá-los em quadrinhos. O processo todo levou, aproximadamente, um ano.” Ele explica que as ideias para os desenhos surgem da forma mais espontânea possível. “Tira é o que faço com mais prazer. As ideias aparecem a qualquer momento, no trabalho, em casa, no ônibus, onde for. Sempre me baseio em algo do dia a dia, em algum livro e até mesmo na leitura de outros artistas. Nelas, é possível encontrar ilustração, caricatura, charge e texto, tudo num espaço pequeno.”

A explicação do título (Bichos, Homens e Deuses) e do conteúdo do livro, está na paixão de Seri em fazer tiras com animais. “Os cachorros são os meus favoritos”, revela. Uma das razões é o apreço que tem pela obra de Fernando Gonsales, criador do Níquel Náusea e que assina um dos três prefácios do livro. Entre os bichos desenhados por Seri estão as ‘Baleias Encalhadas’. “Gosto muito delas. As baleias falam de solidão, das pessoas que não conseguem se relacionar.” Já no universo Homens o artista propõe reflexão sobre as áreas “comportamental e filosófica.” Religião, última parte do livro (Deuses), é algo com o qual Seri também gosta de brincar. “É o divino, é o que povoa nossa cabeça, nosso imaginário. Respeito todas (as religiões), as questionar é bom para que evoluam.”

Outros dois artistas da região assinam prefácios. Um é Gilmar, que serviu de inspiração para que Seri fizesse livro de tiras. O outro é Fernandes, seu companheiro de trabalho. “Falei que seria legal publicar isso tudo. Suas tiras são o que existe de melhor no mercado. Seri é original e sempre surpreende”, afirma Fernandes.Ter conseguido reunir os amigos e as pessoas que ama neste trabalho é o mais importante para Seri. “É gente que acompanha meu trabalho e está representada na obra.”




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