Pitty, Martin e Duda estão juntos há uma década e mostram entrosamento no documentário Pela Fresta (Deckdisc, R$ 39,90, em média). Na produção, que conta com bastidores e entrevistas sobre o processo de gravação de Sete Vidas, além de novas músicas, dá para entender quais são as histórias contadas nas canções e a missão de alcançar som mais ‘orgânico’ e fiel ao bom rock.

Após ver a morte de perto, perder um grande amigo (o guitarrista Peu Sousa, que gravou o primeiro disco da banda e morreu em 2013) e de ser ‘traída’ por outro parceiro – seu ex-baixista a processou por direitos trabalhistas –, Pitty não achou maneira melhor de buscar ressurreição: compôs um disco novo em folha. Ao trabalhar com Martin no projeto Agridoce, a cantora percebeu que estava com saudade de suas origens e que este hiato serviu para os integrantes descobrirem o que gostam um no outro e o que mais sentiram falta durante os últimos dois anos.

Como os próprios contam no documentário, em uma semana as músicas estavam com os arranjos prontos. Junto ao novo baixista, Guilherme Almeida, gravaram ao vivo e sem fones de ouvido a base das músicas (guitarra, baixo e bateria). Foi olho no olho, como pede o rock. Após terminarem a primeira etapa, o filme mostra o ‘anjo’ – como a banda mesmo define – que apareceu na vida no grupo. Paulo Kishimoto, tecladista e percussionista, adicionou seus elementos para dar toque de emoção nas faixas.

E de presente ainda dá para conferir performance ao vivo de nove faixas do disco no Estúdio Madeira, em São Paulo. Prestando atenção em uma por uma das músicas, é possível notar que cada um sabe muito bem o que está fazendo e que vai valer muito assistir a um show pessoalmente. A fidelidade do ‘ao vivo’ e os leves efeitos que dinamizam ainda mais o som deixam o resultado final do álbum impressionante. É barulho do bom.