Convite para sentir a arte

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Marcela Munhoz

 Algumas obras são tão inspiradoras que dá vontade de tocar e interagir de alguma forma para entender a alma de quem as criou. Pensando em levar o universo contemporâneo para as pessoas de maneira mais direta foi criada a exposição Experiência da Arte, que acaba de entrar em cartaz e segue até o dia 25 de outubro no Sesc Santo André (Rua Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1259). O horário de visitação é de terça a sexta-feira, das 10h30 às 21h30; e aos sábados, domingos e feriados, das 10h30 às 18h30.

Com curadoria de Evandro Salles, a mostra conta com trabalhos de nove artistas – Cildo Meireles, Eduardo Coimbra, Eleonora Fabião, Ernesto Neto, Waltercio Caldas, Wlademir Dias-Pino e Vik Muniz – de diferentes técnicas, como escultura, fotografia, instalação, obras sonoras, performances e poemas visuais. Algumas foram feitas para interagir, para refletir e, outras, simplesmente para serem contempladas. “Queremos que as pessoas mergulhem no que foi proposto. Quando os visitantes chegam ao local já são automaticamente envolvidos pelo espaço (são, aproximadamente, 1.700 m² de área interna e externa). Deparam-se com diferentes linguagens que se cruzam”, explica Salles.

A ideia de Cildo Meireles, por exemplo, é trabalhar a questão do som e formas. Em Rio Oir, ele convida as pessoas para escutarem o som dos principais rios da enorme rede fluvial brasileira. Já Malhas da Liberdade é estrutura de plástico feita de maneira que as peças podem se encaixar gerando variedade incontável de formas. Por sua vez, Wlademir Dias-Pino, um dos fundadores dos movimentos de poesia construtivista no Brasil e do Poema Processo, apresenta nova versão de seu clássico livro A Ave. “Além de ler o poema, o público pode se apropriar do instrumental disponível para fazer experiência no universo poético e criar seu próprio texto”, ressalta o curador.

Vik Muniz contribui com trabalhos fotográficos e oferece ao público estúdio, no qual as pessoas podem criar suas próprias imagens, que serão impressas e também colocadas em exposição. Com o nome de Ações Andreenses, a artista Eleonora Fabião propõe a performance Converso Sobre Qualquer Assunto, em que se disponibiliza para papear sobre qualquer coisa, com qualquer pessoa que reaja ao seu convite. Esta ação específica vai acontecer uma vez por mês, durante os seis meses de duração da mostra. Além disso, também foram construídos instalação em formas de cubos, escultura penetrável de 122 metros de extensão, que pode ser percorrida por dentro, e um corredor feito por espelhos, entre outras surpresas.

“Meu objetivo não é produzir exposição espetáculo, pelo contrário. Queremos que a pessoa tenha a oportunidade de viver uma experiência individual, silenciosa, e intransferível. Algumas obras, por exemplo, podem ser contempladas só por cinco pessoas de cada vez. A visita exige delicadeza, por isso, solicitamos que os celulares sejam guardados ”, conclui Evandro Salles.




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