Experiência Insana

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Marcela Munhoz

Resgate seus conceitos sobre espetáculo interativo. Acrescente jogo de luzes, música eletrônica alta, caminhão de papéis picados, ventiladores superpotentes, boas doses de água, plástico, fumaça, um galpão e uma trupe de argentinos malucos, dispostos a surpreender sem pedir licença. Chega-se, então, perto de, show do grupo Fuerza Bruta, que entra em cartaz amanhã e segue com temporada até 31 de maio no Ginásio Mauro Pinheiro (Av. Abílio Soares, 1.300), em São Paulo. Os ingressos custam de R$ 80 a R$ 190 e podem ser comprados no local ou no site www.ticketsforfun.com.br.
Apresentado nos palcos de Nova York, Londres e China, entre outros, nasceu em 2003 com elenco formado por atores, bailarinos, músicos e acrobatas. O objetivo? Provocar os sentidos do ser humano. “É algo extremamente sensorial e que desperta a plateia para as muitas cenas que acontecem ao mesmo tempo durante os 70 minutos de espetáculo. Fica difícil prestar atenção em uma coisa só”, define Stephanie de Souza Mayorkis, diretora de conteúdo da Time for Fun, empresa responsável por trazer a montagem ao Brasil.
Realmente. Bastaram os 16 minutos de apresentação à imprensa para, literalmente, sentir que o Fuerza Bruta quer mexer com as sensações alheias. O grupo – que não dá um pio durante o show – começa tocando gigantes tambores. Em segundos, os cabelos voam e quilos de papel picado caem sobre as pessoas, que precisam esticar o pescoço para entender o embolado de atores que sobrevoa as cabeças. Sem avisar, a equipe de apoio encobre a todos com espécie de bolha feita de plástico e um homem vestido de branco aparece flutuando pela estrutura. O mesmo ator, subitamente, puxa alguém da plateia para o seu mundo. Enquanto isso, grupo de atores convida o público para dançar e acorda os mais tímidos com um golpe de isopor cheio de papel colorido na cabeça do indivíduo. É surreal.
“O convite que fazemos é que as pessoas se entreguem, deixem-se levar pelo elenco e esqueçam a timidez”, resume Bruno Aragon, que integra o grupo há seis anos e é o tal homem de branco que sobrevoa a plateia. Em relação à interatividade, Aragon relembra de um caso engraçado na turnê pela China. “Nos momentos em que ‘tocamos’ nas pessoas e chamamos para entrar na festa, alguns ficaram arredios a ponto de se posicionar para uma ‘briga’. Este tipo de resposta também é importante para que possamos improvisar. Na verdade, esta é a graça do show.” Para Natalia Gomez, os atores também saem enriquecidos de todas as apresentações. “Cada um da plateia sente e entente o nosso recado de uma forma diferente. Tudo o que se desperta durante o show é válido.”A versão que chega ao Brasil, de acordo com Mariano Fernandes, company manager da companhia argentina, é a mais completa apresentada até o momento. “Não tenho a menor dúvida que o público brasileiro vai se identificar e gostar da festa. Tem até uma pitada de Carnaval na trilha sonora”, ressalta. A dica, portanto, é ir com um sapato confortável, uma bolsa menor possível e com a cabeça aberta para realmente sentir a proposta artística. Vale a pena arriscar. 




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