Tudo pela sétima arte

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Rodrigo Mozelli

 Em novembro de 2013, o ator Paul Walker, um dos protagonistas da série Velozes e Furiosos, morreu em acidente de carro no período de gravações da sétima parte do longa. Apesar disso, Walker continuou no elenco, sendo recriado digitalmente. Os irmãos de Paul filmaram cenas substituindo-o, em conjunto com dublês. A partir daí, os ‘artistas digitais’ recriaram o rosto de Paul e o ‘colocaram’ em seus sucessores. O resultado é surpreendente e pode ser visto a partir de hoje em vários cinemas da região.

Mas engana-se quem pensa que esta forma de ‘trazer os mortos à vida’ é novidade. Antes de Paul, outros artistas já ‘voltaram’ para novas performances. Um dos grandes nomes do cinema, Bruce Lee morreu aos 32 anos, em 1973, durante as filmagens de Jogo da Morte. Com a morte de Lee, o filme só foi lançado em 1978, e contou com dublês corporais e efeitos para recriar o ator. Em 2016, o filme Grande Mestre 3 estará nos cinemas e terá versão totalmente digital do ator.

A família Lee teve outro integrante morto tragicamente. O filho de Bruce, Brandon, morreu aos 28 anos nas filmagens de O Corvo, em 1993, ao sofrer hemorragia interna causada por tiro acidental. Com as gravações no fim, o diretor Alex Proyas resolveu utilizar dublês e a digitalização do rosto de Brandon para finalizar o projeto. Audrey Hepburn, atriz morta em 1993, também apareceu digitalmente com a ajuda de imagens de seus filmes em 2014 para o comercial do chocolate Galaxy.

HOLOGRAFIA
Para quem não viveu a década de 1980 e simpatiza com a efervescência musical da época – inclusive dos grandes shows realizados nos Rock in Rio – a possibilidade de ver os ídolos ao vivo é quase nula. Ou era. Com a criação dos shows holográficos, que trazem a imagem projetada do cantor, é possível reviver sonho impossível.

Um dos primeiros realizados no Brasil com este recurso foi o de Renato Russo no Mané Garrincha, em 2013. Sob o título de Renato Russo Sinfônico, uma orquestra regeu o show com participações de Lobão, Fernanda Takai, Zélia Duncan, Ivete Sangalo e Alexandre Carlo (Natiruts). O clímax, no entanto, foi a ‘aparição’ final do líder da Legião Urbana que, com a ajuda de uma imagem 2D projetada em um vidro, conseguiu entoar o coro de 45 mil pessoas com a música Há Tempos. Outro ídolo brasileiro que foi homenageado com a técnica foi Cazuza, em dezembro do mesmo ano, no Parque da Juventude, em São Paulo.

Em 2012 e 2013, quem também deu o ar da graça em solo paulista foi o Rei do Rock. Com o Elvis Presley in Concert, que teve projeções do cantor em telões – e ingressos que chegavam a R$ 1.600 –, os fãs do rapaz de Memphis foram, literalmente, à loucura.

Colaborou Miriam Gimenes




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