As leis de Deus

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Miriam Gimenes <br> Do Diário do Grande ABC

Do alto do Monte Sinai, no Egito, Moisés recebeu de Deus as tábuas da lei onde estavam escritos os Dez Mandamentos. Segundo o Livro Sagrado, aqueles que segui-los ficarão livres do pecado. Baseada na história do profeta e o fatídico recebimento do decálogo, a Record estreia hoje, às 20h30, a primeira novela bíblica brasileira, Os Dez Mandamentos, com direção geral de Alexandre Avancini e autoria de Vivian de Oliveira. Embora pregue com a trama as leis divinas, a emissora, que está investindo pesado para o sucesso do folhetim, não escondeu na coletiva de imprensa a sua face ‘pecante’.

É que, curiosamente, o décimo mandamento diz: ‘não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.’ Eles querem, sem poupar esforços, se tornar a maior emissora brasileira – status ocupado hoje pela empresa que está em Jacarepaguá – e a cada ano conquistam mais atores de lá. “Dez Mandamentos será a mudança de paradigma na história da televisão brasileira. Estamos à caminho da liderança, sempre”, disse o vice presidente comercial da Record, Walter Zagari. E completou: “Temos três elementos essenciais para o sucesso: elenco, direção e Deus. Tem como não dar certo?”

Números não faltam para comprovar tal intenção: a novela terá 150 capítulos que custarão R$ 700 mil cada. O elenco, composto por 85 atores, gravou no Deserto do Atacama, no Chile, nos estúdios e na cidade cenográfica de 7.000 metros quadrados, que levou 105 dias para ficar pronta. Os grandes eventos, como a abertura do Mar Vermelho e A Sétima Praga serão feitos nos estúdios de Hollywood.

O diretor, Avancini, destacou o empenho dos atores, entre eles os protagonistas Guilherme Winter (Moisés), Sergio Marone (Ramsés), Camila Rodrigues (Nefertari) e Giselle Itié (Zípora). “Foram guerreiros. Gravamos no Atacama com temperaturas que variavam de -4ºC até 35ºC em um único dia. É um projeto audacioso.”

O doutor em teledramaturgia pela USP Claudino Mayer destaca a melhora nas produções da emissora, mas critica a falta de preocupação em fidelizar o público. “Vitória, por exemplo, foi uma novela boa, mas devido à oscilação de horário o público se perdeu. É como se ela estivesse desacreditada.” E fazer uma novela bíblica, acrescenta, é muito arriscado porque não pode ser adaptada de acordo com o feedback do público, como é feito com uma novela normal, que é uma obra aberta.

OTIMISMO - O elenco, no entanto, está certo do sucesso do folhetim que, pelo teaser apresentado, terá paisagens exuberantes, figurino impecável e cenas de forte emoção. Denise Del Vecchio, que discursou após ser felicitada por receber o Prêmio Shell de melhor atriz de Teatro em São Paulo, agradeceu a oportunidade que recebeu, há oito anos, de ir para a emissora e às inúmeras vagas de emprego que ela oferece. “Em nenhum minuto me arrependi de ter vindo para cá trabalhar.” Foi aplaudida de pé pelos demais atores.  




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