Espetáculo ironiza vida de aparências

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Raija Camargo <br> Do Diário do Grande ABC

Era quase uma blasfêmia sugerir que a mulher pudesse ter os mesmos direitos que os homens no século 19. Mas o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828 – 1906) não se preocupava com essas regras, tanto que criou uma peça de teatro para mostrar a tal ‘submissão’ feminina da época.

O texto de A Fantástica Casa de Bonecas já teve várias adaptações. Uma delas acaba de estrear no Teatro das Artes (Av. Rebouças, 3.970. Tel.: 3034-0075), em São Paulo. Com sessões às sextas (21h30), sábados (21h) e domingos (19h), a temporada segue até 31 de maio. A montagem, protagonizada por Helena Ranaldi, conta também com três atores anões no elenco, que irão contracenar em cenário composto por móveis em miniatura, exatamente como em uma casa de brinquedo. Na versão brasileira, Helena dá vida a Nora, uma mulher que vive para a casa e o marido até o momento em que questiona seu papel na família e as convenções sociais as quais é submetida. No elenco também está Veronica Ned, filha do cantor Nelson Ned, que interpretará um homem no espetáculo.

A produção fica por conta da andreense e também atriz Lili Colonnese. “Essa peça tem um glamour diferente de tudo que já assisti até hoje. Está vindo da Broadway e não foi exibida no Brasil ainda”, conta ao Diário. Sobre a questão dos anões, a produtora enfatiza o cuidado em não estereotipá-los. “Antes de serem anões, são atores. Nós estamos preservando-os muito e analisando como será divulgada a peça. As pessoas têm preconceito, não tem jeito, mas é uma obra séria, maravilhosa”, diz.

José Wilker, que morreu há quase um ano, tinha sido escolhido para diretor da peça. Ele foi substituído pela premiada atriz, diretora e coreógrafa Clarisse Abujamra, que liderou o time com maestria. “O público pode esperar teatro na essência da palavra, vamos contar essa história com humor e delicadeza. Esse espetáculo abrange um universo imenso, até hoje a mulher luta por direitos iguais no trabalho, além daquela sobrecarga conhecida”, diz. André Abujamra, primo de Clarisse, comanda a direção musical da peça. “Meu pai, Antônio Abujamra, ensinou tudo para gente, acho que a parceria funcionou muito bem”, diz o músico.

Os ingressos – que custam R$ 40 e R$ 80 – estão sendo vendidos na bilheteria do teatro ou no site www.ingresso.com.  




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