Sem pressa de chegar ao fim

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Vinícius Castelli

Bruno Gouveia se lembra bem de cada momento de sua jornada junto ao Biquini Cavadão, assim como não se esquece do primeiro show que a banda fez e recebeu por isso. Foi há 30 anos, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, data que ele celebra amanhã ao lado de Miguel Flores da Cunha (teclado), Carlos Coelho (guitarra e violão) e Álvaro Birita (bateria).
 
“Lembro com clareza de tudo o que estava fazendo em 1985. Quando falamos dessas coisas, volta a sensação de se estar com 18 anos, ouvindo nossa música tocando na rádio, era surreal para a gente. Não imaginávamos quanto tempo duraríamos. Como adolescentes, queríamos viver muita coisa”, diz Bruno.
 
Para comemorar a data especial, a banda coloca nas prateleiras o CD duplo Me Leve Sem Destino (Sony Music, R$ 30,90, em média). O registro, resultado de show feito no Palácio da Música Oscar Niemeyer, em Goiânia, também ganha versão em DVD (R$ 30,90, em média).
 
O repertório conta com 30 composições que passeiam por toda a carreira do grupo. Zé Ninguém, um dos clássicos da banda, não fica de fora. Tédio, faixa que também comemora três décadas de vida, é a que abre o show. Outra lá dos primeiros passos é No Mundo da Lua. Já dos anos 1990, o setlist tem Vento Ventania, Impossível e Janaína. isso sem contar com Dani, da década passada, e com as faixas de Roda Gigante, disco lançado em 2013. Bruno conta que metade do repertório foi fácil escolher, a outra metade eles usaram como parâmetro as músicas mais visualizadas no canal YouTube. “A seleção se tornou natural pelo próprio público”, conta ele.
 
O lançamento apresenta também quatro temas inéditos: Pequeno Romance, No Mesmo Lugar, Vou Deixar Tudo Pra Trás e Livre. Bruno conta que, até mesmo alguma ideia que estava guardada, no fim das contas é inédita e pode ser aproveitada. “Pequeno Romance tentei fazer em 2007, depois em 2008 e abandonei a música. Mais tarde fiz do jeito que eu queria. O arranjo musical tinha um ‘quê’ de tango. Depois foi violão e voz e, por fim, gravei mais pesada e aí funcionou”, explica.
 
Quando olha para trás, Bruno se lembra dos ensaios na casa do tecladista Miguel. “Era um barulho tremendo. Todo mundo fazia faculdade e ensaiávamos apenas aos sábados”, diz. Em seguida gravaram a faixa Tédio e o Biquini Cavadão ficou conhecido. “É como se tivéssemos içado a vela de um barco. A gente dividia o palco com artistas de muita história e nós tínhamos lançado apenas uma canção, mas estávamos lá.”
 

Agora, com o novo projeto nas lojas, o Biquini Cavadão começa a rodar o País em turnê. “O trabalho nunca para e estamos muito animados”, diz Bruno, que não descarta mais 30 anos de banda. “Só de olhar para o Erasmo Carlos fico na vontade de ter cabelos brancos e continuar fazendo shows também.” 




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