Charlie Brown Jr. recontado

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Marcela Munhoz

 Quando o rapper DZ6 entrou no palco para cantar Tudo o que Ela Gosta de Escutar</CF> ontem para os jornalistas, o clima foi de total perplexidade. Os comentários eram sobre a incrível semelhança (física e vocal) do músico de Blumenau, Santa Catarina, com Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., morto há dois anos. Na cena, Chorão conhece Thais Lima (Carolina Oliveira), sua primeira mulher e mãe de Alexandre Abrão.

DZ6 – escolhido entre 2.000 candidatos – é vocalista da Billy Nuggets, considerada por muitos o mais fiel tributo ao grupo de Santos. “Sou muito fã da banda e foi natural para mim fazer o Chorão. Também sou skatista, falo gíria. É uma interpretação muito verdadeira e oportunidade de ouro.” Ele e elenco, formado por mais de 20 pessoas, entre atores, bailarinos e skatistas, estão no musical Dias de Luta, Dias de Glória, com estreia marcada para sexta-feira no Teatro Gamaro (Rua Dr. Almeida Lima, 1.176. Tel.: 2872-1457), em São Paulo. A temporada segue até 12 de julho.

É difícil resumir mais de 20 anos de história em duas horas, mas fizemos o possível. Contamos os altos e baixos do grupo baseado em fatos, entrevistas e declarações do Chorão. Tivemos também ajuda da equipe que trabalhava com ele, fãs e de Xande (filho do músico), que achou que seria uma boa homenagem. Temos todo o amparo legal para contar a história”, afirma o diretor Bruno Sorrentino. As cenas são relatadas sob a ótica de Chorão, desde seus 17 anos até sua morte, em 2013.

As músicas, os principais sucessos do Charlie Brown Jr., não seguem uma cronologia específica. Além de Thais, Chorão contracena com a personagem de Patrícia Coelho, que representa “todas as mulheres na vida do músico”. O papel foi criado depois que a segunda mulher de Chorão, Graziela, não deu autorização ao uso de seu nome. “Mas precisávamos dizer que há sempre uma grande mulher por trás de um grande homem”, emenda Sorrentino. “Eu sou da geração do Charlie Brown e estou muito feliz por estar participando da celebração da vida dos caras. As pessoas precisam entender que não é um documentário e sim uma homenagem em forma de musical”, define Patrícia Coelho. Júlio Oliveira, o Champignon, reforça também que a história fala sobre perdão e mostra a relação entre seu personagem e Chorão. “Faço Champignon desde que ele tinha 12 anos, então mostro sua transformação”, conta. De acordo com o diretor, o importante é que o musical agrade aos fãs do Charlie Brown Jr. “Eles tinham grande proximidade com o público, que é muito crítico. Criamos o musical pensando, em primeiro lugar, neles”, conclui.

 

Lado ‘humano’ de Chorão é lembradoNa coletiva, o diretor Bruno Sorrentino citou o amor que a banda tinha pelos fãs e exemplificou com a história de Vanessa Oliveira, 26 anos, de Mauá, do fã-clube La Família 13. Vanessa ia a vários shows do grupo e tinha proximidade com Chorão. “Uma vez, ele viu que eu estava triste e descobriu que estava passando necessidade financeira. Ele fez questão de me levar no supermercado e encher três carrinhos de compras para mim. Além disso, sempre que viajava, trazia um presente para o meu filho. Não dá para explicar o que sinto. Ele marcou a minha história e a do meu filho para sempre”, conta emocionada a fã, que já assistiu ao musical. “Chorei do começo ao fim. O DZ6 é bem parecido e, o mais importante, é fã. Por isso, vai fazer o papel com mais intensidade e vai dar o melhor de si. É uma grande homenagem.”

 

Dias de Luta, Dias de Glória – Musical. Teatro Gamaro – Rua Dr. Almeida Lima, 1.176. São Paulo. Tel.: 2872-1457. Sessões às sextas (21h30), aos sábados (21h) e aos domingos (16h e 19h30). Até 12 de julho. Ingressos: R$ 40 a R$ 150. Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br).




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