Corpo humano como forma de arte

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Vinícius Castelli

O contato com a arte surgiu na vida de Giovani Caramello desde que era criança. Foi vendo sua mãe, Luci Chicon Caramello, pintar quadros que brotou a curiosidade por este universo. “Lembro que adorava vê-la pintando. Desde essa época sempre gostei de desenhar e sempre tive como objetivo crescer e trabalhar com arte”, conta ele.

O interesse em criar surgiu há algum tempo, mas foi no ano passado que o artista plástico de Santo André, hoje com 24 anos, mergulhou de fato no universo das artes plásticas. A aposta de Caramello é em esculturas hiper-realistas e atrai os olhos de quem observa seu trabalho. A impressão, ao se deparar com obras dele é a de estar vendo uma pessoa de fato. “Sou fascinado pelo corpo humano, com todas as formas e variações, todos são incríveis. Tento estudá-los e reproduzi-los de uma forma natural e bem detalhada”, explica o artista.

A maior inspiração para Caramello desenvolver seu dom são as emoções humanas. Para ele, o que sente no momento serve de inspiração para cada peça. “Sem dúvidas, todas as obras têm um pouco da minha própria experiência emocional”, diz. Entre suas influências no universo artístico estão nomes como o australiano Ron Mueck – com quem tem o trabalho carinhosamente comparado –, Evan Penny e Sam Jinks.

As obras são criadas no ateliê do artista, que fica em sua casa. Resina de poliéster, fibra de vidro, silicone, tintas, tecidos e cabelos sintéticos são suas ferramentas. Ele começa passando as ideias para pequenos esboços em plastilina (massa de modelar). Em seguida, faz maquete mais refinada.

“Depois executo a obra já no tamanho que quero. Quando a modelagem está pronta faço um molde (forma) e tiro uma cópia em fibra de vidro ou silicone. Depois é a parte da pintura, olhos, cabelos e detalhamentos” explica. Segundo ele, o processo é demorado – dois meses, em média – e meditativo.

De seus trabalhos, a peça Sozinho, que tem um menino sem camisa, é a que mais o toca. “Todos nós somos um pouco solitários e todos nós sentimos um vazio interior, independentemente de quantos amigos tenhamos, se temos relacionamentos amorosos ou não.” Quem quiser ‘saborear’ o trabalho de Caramello pode ver algumas de suas obras em São Bernardo, na OMA Galeria (Rua Carlos Gomes, 69. Tel.: 4128-9006). O espaço abre de segunda a sexta, das 10h às 19h, aos sábados, das 10h às 14h. A entrada é gratuita.




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