Doença renal crônica

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Marcelo Rodrigues Bacci

Você sabe quais funções os rins desempenham no organismo? Tem ideia do motivo de tanta preocupação para que não parem de funcionar ou que não sejam afetados pela existência de condições que contribuam para a sua insuficiência? Pois então, no próximo dia 12 se realizará o Dia Mundial do Rim, iniciativa global com o objetivo de alertar a respeito da importância da prevenção da doença renal e os fatores que prejudicam o seu funcionamento.

 
A DRC (Doença Renal Crônica), que, atualmente, afeta um em cada dez adultos, é definida como a presença de alterações estruturais ou da função dos rins por um período maior do que três meses. Todos nós nascemos com 100% da capacidade de funcionamento renal e, à medida que envelhecemos, é natural e esperado que os rins diminuam gradativamente sua capacidade de filtração. No entanto, existem várias situações e doenças que, ao longo da vida, podem acometer os rins e acelerar esse processo de perda funcional. Os exemplos mais conhecidos são diabetes e hipertensão arterial. E também há outros menos conhecidos, como o uso abusivo de anti-inflamatórios e alguns antibióticos, infecções urinárias de repetição, tabagismo, ‘nefrites’, entre outros.
 
Muitos acreditam que a urina possa ser o principal sinal sobre o bom funcionamento dos rins, porém o fato de urinar normalmente não implica que os rins também estejam funcionando normalmente. O grande problema é que a DRC é assintomática, ou seja, silenciosa. Na grande maioria dos casos, o volume urinário está normal e a pessoa não sente nada. Mesmo com apenas 15% da capacidade, às vezes até menos, os rins conseguem produzir urina normalmente. Quando a quantidade de urina está reduzida é porque a DRC já está no seu estágio final. Ou seja, nessa fase os rins já estão parando e muitas toxinas já se acumularam no sangue, como a ureia, a creatinina e o potássio. São vários os problemas que a DRC pode acarretar nas pessoas, mesmo nas fases iniciais.
 
A função do rim não é apenas filtrar o sangue e eliminar toxinas, ele também produz um hormônio chamado eritropoetina, que está diretamente ligado à produção dos glóbulos vermelhos. Isso quer dizer que a pessoa com DRC tem maior chance de desenvolver anemia e todas suas complicações, como queda de imunidade, infecções, fraqueza. Os rins também participam diretamente no processo de formação e renovação óssea durante toda vida. Ou seja, se não tratada, a pessoa com DRC fica mais predisposta a fraturas e vários outros problemas no esqueleto. Já avaliou como anda o funcionamento de seus rins? Procure um nefrologista e tire as suas dúvidas.
 
Dr. Marcelo Rodrigues Bacci é nefrologista da Clínica de Tratamento de Doenças Renais Nefrolog e professor de Clínica Geral da Faculdade de Medicina do ABC.
 



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