Hidratação para o coração

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Fernando Augusto Alves da Costa

A prática de atividades físicas é fundamental para redução dos casos de doenças cardiovasculares, responsáveis por cerca de 30% dentre todas as mortes no mundo. Mas cada pessoa deve respeitar seu limite para não causar problemas em vez de evitá-los. E é em situações de liberdade e animação que aumenta o ímpeto do indivíduo em praticar atividades físicas, muitas vezes intensificadas por espírito competitivo. E neste cenário, aquela pessoa não condicionada sofre, de forma abrupta, uma sobrecarga adicional ao sistema cardiovascular, que pode provocar desde arritmias até eventos graves, como infarto do miocárdio ou derrame cerebral.

Nesses dias de calor extremo, ocorre maior dilatação dos vasos sanguíneos, o que pode provocar a queda de pressão arterial, gerando sensação de cansaço e sonolência. Um bom motivo para que nem mesmo quem pratica atividades físicas regularmente ceda ao impulso circunstancial. Mas como isso não é o que observamos, é importante que, pelo menos, a hidratação seja adequada e a atenção redobrada quanto à reposição de líquidos. Isso porque a redução do volume de água nos vasos aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial, além do estímulo para produção de hormônios, liberados para corrigir essas alterações.

Em pessoas desidratadas, ocorre aumento de viscosidade do sangue, facilitando a formação de coágulos dentro dos vasos e do coração. Quando estes coágulos se desprendem e são lançados na corrente sanguínea podem provocar entupimentos agudos, ocasionando infarto do miocárdio, embolia pulmonar ou derrame cerebral. As altas temperaturas ainda devem ser preocupação maior para o grupo de risco e, principalmente, para idosos, cardíacos e portadores de doenças coronárias que tenham feito cirurgia cardíaca ou angioplastia coronariana.

Além de sempre beber água, a dica para evitar esses problemas é dar preferência para alimentos leves, como frutas e verduras. Mas o essencial é fazer um check-up, com eletrocardiograma, teste ergométrico, ecocardiograma e exames de sangue para conhecer o coração, determinar a saúde do órgão, suas limitações e estipular a intensidade, tempo e frequência de atividades físicas. Mesmo depois dos exames, o ideal é começar a mudar de hábitos com caminhadas leves. O importante é não ficar parado e contribuir, assim, para redução do risco de morte por doenças cardiovasculares. Atividades físicas ajudam na redução da pressão arterial, níveis de glicemia e colesterol, além de melhorar a autoestima. E vamos lá. Sentar no sofá só depois de uma bela caminhada!

 

Fernando Augusto Alves da Costa é cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 




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