Humor que vem do berço

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Raija Camargo

Sabe aquelas pessoas que não perdem a oportunidade de fazer piada com tudo desde a infância? É assim que nascem os grandes comediantes. Natural de São Caetano, Patrick Maia, 29 anos, é um deles. Considerado uma das estrelas da nova safra do humor, o artista – que acaba de assinar contrato com o Pânico na Band – volta a divertir os moradores da região em apresentação gratuita marcada para hoje, às 19h, na praça de alimentação do Golden Square Shopping (Avenida Kennedy, 700. Tel.: 3135-4000), em São Bernardo.
 
O show faz parte do projeto Golden Arts, que traz semanalmente uma atração de entretenimento para toda a família. “Eu vi que estão montando uma estrutura legal, muita gente está me falando que vai e que tem um cartaz enorme com meu rosto na Rodovia Anchieta. Eu peço desculpas por verem minha foto ali no outdoor e não uma da Gisele Bündchen”, diverte-se ele.
 
O que poucos sabem, é que a veia para comédia surgiu de maneira inusitada. O são-caetanense fez todo mundo cair na gargalhada em 2008, quando foi orador da sua turma de colação de grau da Universidade Metodista, de São Bernardo.
 
O vídeo, o primeiro termômetro para o talento do publicitário recém-formado, foi parar no YouTube e tem mais de 20 mil acessos. “Em primeiro lugar quero agradecer à minha turma, que me escolheu para ser orador. A votação estava entre mim e o Gaguinho, e ele desistiu”, disse, na ocasião.
 
O destino de Patrick não seria na publicidade. Apesar de também ter trabalhado em sua área de formação, encontrou nos palcos, na TV e nos improvisos do stand-up sua verdadeira vocação. “Naquela noite, as mais de 1.000 pessoas que estavam no teatro (Paulo Machado de Carvalho, em São Caetano) riram das minhas piadas. Foi aí que pensei que realmente pudesse viver disso. Quando me formei, passou pela minha cabeça: ‘Caramba, não quero trabalhar com publicidade. Acho que o humor pode ser minha profissão’. Comecei a desencanar de agência de publicidade, embora tenha trabalhado na área por dois anos”, explica ele.
 
“Na publicidade você faz um negócio que acha muito bacana, apresenta a ideia na reunião e todo mundo gosta, mas aí você mostra ao cliente e ele acha que sua ideia não é o perfil da empresa dele. Quando vi que o que escrevia para o bar, no stand-up à noite, ninguém poderia me falar se era bom ou não, não existia censura, apenas a reação da plateia, compreendi que não precisava ficar na agência o dia todo rezando para aprovarem uma ideia minha”, relembra Patrick, que abandonou a publicidade em 2011 e ficou de vez no grupo Clube de Comédia.
 
Seu talento não coube apenas nos palcos de stand-up, e em pouco tempo conquistou espaço na TV. Antes de fechar contrato com o Pânico na Band (Patrick já faz parte da equipe no rádio), apresentou o Coletivation, na MTV, e o Morning Show, na RedeTV!, além de ter escrito o roteiro do programa Agora é Tarde, do andreense Danilo Gentilli durante três anos. “O Danilo Gentilli me convidou para fazer um teste de roteiro no Agora é Tarde. Passei e fiquei lá escrevendo para ele. Depois, veio o convite para fazer o Morning Show. O programa começava às 7h e eu tinha que acordar muito cedo. Acho que só ‘umas velhas’ e uns quatro amigos meus assistiam”, brinca o ator.
 
Ele conta que naquele período o pessoal da MTV o viu fazendo stand-up e o chamou para trabalhar lá. “Me pareceu ser um projeto muito mais legal e troquei de emissora. Tive de pagar multa para a Rede TV!. Acho que foi o primeiro dinheiro que o programa faturou (risos). Em relação à minha ida ao Pânico na TV, estou realizando um sonho de fã. É o melhor momento da minha carreira”.
 
O comediante se mostra bastante empreendedor ao lançar no Netflix o Piadas para Pessoas, que está entre os mais populares do canal. “Estou muito feliz, porque foi um projeto que fiz sozinho, dirigi e o texto é todo meu. Produzi um negócio do jeito que achava que tinha que ser. Se apresentasse em um teatro, em um lugar enorme, talvez eu tivesse perdido a mão”, diz, orgulhoso.
 

Questionado sobre o futuro, ele não perde a piada: “Para o futuro? Barba. Queria muito ter barba. Achei que fosse crescer, mas já estou com 29 anos e nada ainda.” 




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