Ele tinha um sonho

Envie para um(a) amigo(a) Imprimir Comentar A- A A+

Compartilhe:

Miriam Gimenes

O ano de 1965 foi histórico para o Movimento dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Há 50 anos, o então presidente da maior potência do mundo, Lyndon Johnson, conseguiu aprovar no Congresso a Lei do Direito de Voto. Uma assinatura possibilitou que os negros do país pudessem exercer o papel de cidadão e escolher seus representantes. Mas Selma – Uma Luta Pela Igualdade, que estreia hoje – em poucas salas de São Paulo, como Pátio Paulista, Shopping Iguatemi e Villa Lobos, mesmo concorrendo ao Oscar nas categorias melhor filme e canção original, com Glory – , mostra os bastidores que o levaram à essa importante decisão.

Dirigido por Ava DuVernay, com produção executiva de Brad Pitt e produção de Oprah Winfrey, o filme é cinebiografia do maior líder pela causa negra de todos os tempos: Martin Luther King. O ator David Oyelowo parece a encarnação do líder pacifista, é impressionante. Assim como disse em seu discurso mais famoso, em 1963, ele tinha o sonho “que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos.” E lutou por isso.

Tanto que liderou passeatas na cidade de Selma a Montgomery, capital do Alabama, para que os negros ganhassem o direito de votar, que só foi concedido depois de muita violência e morte. As cenas que mostram o embate entre policiais e manifestantes são chocantes. Em meio ao combate à segregação racial, Martin, que era pastor evangélico, viu sua família ser ameaçada diariamente, perdeu ativistas de forma cruel, pensou em desistir, mas não esmoreceu. A sua fé o moveu durante toda a vida. E ele teve êxito. O direito ao voto, que tanto pediu, mudou a face política do Sul dos Estados Unidos. Um ano depois da assinatura, o número de negros eleitos no Mississipi, o mais racista dos estados sulistas, foi maior do que em qualquer outro estado do país.




Diário do Grande ABC. Copyright © 1991- 2024. Todos os direitos reservados