A ameaça do frio

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Dr.Carlos Eduardo Prado Costa

Para prevenir e cuidar dos problemas respiratórios típicos do inverno, é necessário se proteger do frio e da umidade. Aqueles velhos conselhos da vovó nunca foram tão atuais: evite ficar em ambiente aquecido e sair para a rua ou para um lugar que não esteja climatizado sem se agasalhar com blusas, coletes, blazer, cachecol, entre outros. As variações térmicas muito bruscas aumentam a chance de desenvolver gripe porque o corpo reage a essas mudanças como se estivesse sendo agredido. Mas também não se deve exagerar na proteção, pois o excesso de agasalhos após a exposição ao frio é pior do que o contrário. Por isso, não abuse do aquecedor em casa ou no carro, principalmente se houver crianças e idosos – eles são mais suscetíveis à gripe e à pneumonia. 

Se você tem asma ou rinite, previna-se. Quando usar aquecedor, coloque uma vasilha com água para manter o ambiente úmido, porque tanto a umidade e o frio em excesso quanto o calor e o ar seco podem desencadear crises de asma ou de rinite. Também é importante manter-se sempre hidratado, consumir frutas cítricas ou ricas em vitamina C e, se tem mais de 65 anos, vacinar-se contra gripe e pneumonia. O mesmo deve ser feito com crianças de 2 anos ou mais. 
Fique atento às campanhas de vacinação nos postos de Saúde. Lembre-se: o objetivo da vacina é fazer com que você tenha a manifestação da gripe menos agressiva, embora não esteja isento de contraí-la. O vírus da gripe é geralmente causado por três tipos de influenza A e B, sendo que os do gênero A são mais comuns e os B são os responsáveis por endemias. A forma de transmissão é por via respiratória, através de gotículas emitidas em um espirro ou tosse de pessoa para pessoa.
O inverno é a estação da gripe, e o risco maior de contaminação incide em idosos; pacientes com doença cardíaca ou pulmonar; portadores de deficiências imunológicas e HIV; além de pessoas com imunodeficiência e profissionais de Saúde. Os sintomas são:
- Febre alta (acima de 38,5°C); 
- Mal-estar geral com mialgias (dores musculares), cefaleia frontal intensa (dores de cabeça), tosse, congestão pulmonar, dor de garganta, fotofobia (medo da luz) e dor com o movimento dos olhos;
- Linfadenopatia cervical (gânglios ou nódulos atrás do pescoço que desaparecem quando a gripe é combatida);
- Risco de pneumonia.
O que causa mais angústia ao paciente que está com gripe é o fato de não se ter um medicamento específico. E é isso mesmo: o que o médico se preocupa em pessoas com gripe é verificar se não estão desenvolvendo pneumonia, asma, encefalite ou outros sinais de complicações. Na ausência desses indícios, o tratamento é apenas sintomático, isto é, antitérmicos e analgésicos que devem ser indicados por um profissional da Saúde – evite a automedicação, até porque, em algumas regiões do Brasil, como Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, existe alta incidência de dengue, e os sintomas são semelhantes, só que essa tem a variável hemorrágica. A máxima popular ‘vitamina C mais um antitérmico, analgésico e cama’ já não cabe mais. Não existe gripe fraca ou resfriado. Trata-se de uma doença que tem alta taxa de incidência e de mortalidade, principalmente nas populações de risco já citadas.
 
Dr. Carlos Eduardo Prado Costa é médico; 
integrante da Sociedade Internacional de Medicina Sexual e da Sociedade Brasileira de Clínica Médica; e autor do Programa Ictus Homem.



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