Uma carreira em tiras

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Vinícius Castelli

 Comportamento humano, exploração de trabalho infantil, diversas situações trabalhistas, aposentadoria, dilemas de adolescentes, Saúde pública e as pessoas ao redor. Tudo serve como assunto para a imaginação e as mãos do cartunista Gilmar Machado criarem diversas tirinhas. Tudo com muito bom humor. Boa parte desses trabalhos está reunida no novo livro do artista, Mistifório (Boitatá, 115 páginas, R$ 25, em média).

O sétimo título da coleção do artista baiano radicado em Santo André é ilustrado por tiras publicadas em diversos veículos de comunicação, inclusive no Diário, quando criou o garoto Guilber, que era veiculado no caderno D+. Material de seus livros Para Ler Quando o Chefe Não Estiver Olhando e Pau Pra Toda Obra também enriquece o lançamento.

Gilmar conta que passeia com tranquilidade pelo universo das tiras. “São anos produzindo para jornais, revistas, sindicatos, livros didáticos e internet. Durante toda a minha carreira, este foi o carro-chefe”, explica. O artista diz que o desafio em criar as tiras é o mesmo que tocar um instrumento musical. Segundo ele, o desenhista tem de estar aquecido, ter a sensibilidade de observação e dominar a linguagem sintética procurando ser rápido, objetivo e certeiro. “Costumo dizer que uma tira é como uma música gravada, passam anos e ela continua sendo tocada em novos jornais, livros, revistas etc.”

Este tipo de desenho, para Gilmar, é boa maneira de fazer críticas. Ele explica que funciona de forma rápida, assim como acontece com a charge, em que a pessoa “bate o olho e já recebe o recado.” Gilmar não é chegado a personagens fixos, manter uma sequência histórica, trabalha melhor solto, com personagens desconhecidos. Talvez por isso Mistifório seja de fácil leitura e absorção. “Sempre crio uma tira nova com anônimos, mas é claro que dependendo do veículo e do tema, acabo fazendo série, que termina logo”, diz ele.

O livro sai pela editora Boitatá, do próprio artista. Ele confidencia que hoje não é mais necessário esperar a grade e o gosto de uma grande editora para lançar seu material. “A vantagem de publicar por uma editora maior é a distribuição ampla, mas em termos de ganho, se autopublicar funciona melhor. Isso por causa do crescimento de feiras e eventos de quadrinhos no Brasil e pela acessibilidade na internet”, explica.

É possível ver um pouco do livro por meio link do artista no Facebook (www.facebook.com/cartunistagilmar). Lá também dá para comprar o produto com dedicatória.




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