Penedo cheia de charme

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Vinícius Castelli

Um pedacinho da Finlândia no Brasil. Essa é uma boa forma de descrever Penedo, conhecido distrito da cidade de Itatiaia, no Rio de Janeiro. Situado às margens da Rodovia Dutra, na base da Serra da Mantiqueira, a cerca de 270 quilômetros de São Paulo, o local esbanja charme e opções culturais e gastronômicas. Isso sem contar no fato de dar acesso à cachoeiras – as melhores opções estão na região de Visconde de Mauá – e ao Parque Nacional do Itatiaia.

Elegante e aconchegante, Penedo é fácil de percorrer. Quase tudo que é urbano pode ser acessado a pé. Aliás, em tempos de férias, a melhor coisa é deixar o carro e caminhar, já que quase todas as opções se concentram na mesma região, no burburinho da Avenida das Mangueiras.

Penedo é o local ideal para os casais apaixonados. As cartas de restaurantes e bares são fartas. Há espaço para quem gosta de degustar charutos e cigarrilhas. Além disso, o Dom Castro de Havana (Avenida das Mangueiras – lojas 1 e 2) oferece diversos rótulos de cerveja, entre nacionais e importadas. A tal Avenida das Mangueiras oferece ainda bares com música ao vivo, uma infinidade de lojinhas com artesanatos, redes, velas e o que mais se possa imaginar.

A região conta ainda com pub que produz a própria cerveja, o Penedon. São cinco os tipos, entre eles o Agulha Negra, preparado com maltes torrados. Boa dica para comer bem por lá é o restaurante Jardim Secreto (www.restaurantejardimsecreto.com.br), capitaneado pelo chef Fabiano de Almeida. Não deixe de provar o Pirarucu Grelhado, servido com moqueca de palmito pupunha, arroz de coco com coentro e banana grelhada (R$ 56). Outra dica para comer e assistir a bons shows de jazz, blues e música brasileira é o Jazz Village Bistrô (Rua Toivo Suni, 33).

Penedo é conhecido também por um lugar chamado Pequena Finlândia (Rua das Velas, 100) – local que abriga diversas lojas e restaurantes. Porém, o mais curioso é que toda a arquitetura mostra como são as construções da Finlândia. Até um lago harmoniza o local. Interessante mesmo é uma réplica da casa do Papai Noel na Lapônia. E, acredite se quiser, em Penedo o Bom-Velhinho fica o ano todo e não apenas no Natal. A entrada custa R$ 7 (não abre às quartas-feiras) e o visitante pode ver até os chinelinhos usados pelo anfitrião na hora do descanso, além do quarto e da sala. Um armário, logo na entrada, guarda as cartinhas recebidas pelo Papai Noel, que garante: todas são respondidas.

Região conta com chocolates de primeira
Cacau brasileiro, chocolate belga e muito carinho. É assim que são feitos os chocolates assinados pelos Ricardos Sato e Leite, da Casa de Chocolate Tontulakki (www.tonttulakki.com.br). A produção já soma 15 anos e é toda preparada em Penedo.

Os bombons finos podem ser encontrados dos mais diversos tipos, até com pitadas de sal marinho e caramelo como recheio. Trufado com damasco, com ameixa e leite condensado podem levar qualquer chocólatra à loucura. Para o preparo do bombom de figo com conhaque, a fruta fica de molho na bebida por 15 dias.

A produção em mês fraco é de cerca de 800 kg. Na alta temporada passa de uma tonelada. Leite conta que a dupla tem um ‘livro preto’ com todas as receitas guardadas. Tudo resultado de muita pesquisa, estudo e viagens. Agora a dupla começou a produzir sorvete com base nos italianos, tudo com fruta e nada de imitações.

Museu guarda tradições
Há um espaço em Penedo que guarda diversas raridades e um bocado da cultura da Finlândia. Trata-se do Museu Eva Hilden (Rua das Mangueiras 2.601), localizado no centro de Penedo e que leva o nome de uma imigrante que chegou ao Brasil em 1941.


Tudo começou como uma mostra particular, doada para o Clube Finlândia por Eva e seu marido, Marcus Hilden. Hoje quem toma conta do espaço é sua filha, Helena. O local, que recebe cerca de 500 visitantes por mês, promove mergulho nas tradições do país europeu. A entrada custa R$ 5 para estudantes e R$ 10.

As pessoas podem se deparar com diversos quadros pintados por finlandeses que vieram para o Brasil. Fotos e documentos da história da colônia também fazem parte do acervo. Velas – tradicionais no país – e artesanato feito com bucha, como chinelos, luvas e bolsas também estão expostos.

É possível também ver um tear manual. Segundo Helena, a tecelagem é ensinada nas escolas da Finlândia. Até objetos usados por finlandeses durante a Segunda Guerra Mundial estão lá para contar história. Roupas usadas nas danças e para as tarefas diárias chamam a atenção por suas cores fortes. Até um boné usado pelo piloto de F-1 Kimi Räikkönen está entre as surpresas. 




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