Sabores para dar e vender

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Vinícius Castelli

Se as diversas trilhas na mata, cachoeiras e banhos de rio são ótimas opções para o visitante gastar calorias, a região de Visconde de Mauá também é excelente opção para repô-las, e diga-se de passagem, com muito bom gosto. O local oferece diversidade gastronômica de ‘tirar o chapéu’ para todos os bolsos.

A truta, peixe tradicional da região, é oferecida por todos os lados. É possível encontrá-la com arroz e feijão por cerca de R$ 20. Mas o diferencial mesmo das vilas é a alta gastronomia. Lugares como o Rosmarinus Officianalis (www.rosmarinus.com.br), em Visconde de Mauá, do chef andreense Julio Bushinelli, oferece incrível ‘experiência gastronômica’. Aberto há 14 anos, o peculiar estabelecimento é decorado por móveis elegantes, luz de velas e um belíssimo jardim à beira do Rio Preto.

Os tomates, de sabor divino, são colhidos na horta de Bushinelli. Não deixe de provar a truta Visconde de Mauá (R$ 66), resultado de receitas de seis chefs. O prato só usa ingredientes da região. O peixe é empanado na aveia, ervas e leva molho de azedinha e capim limão, além de purê de batatas com queijo de cabra.

Não longe dali, cruzando o rio, na parte mineira de Maringá, a rua principal abre espaço para diversos restaurantes, bistrôs e até chocolaterias. Sugestão para apreciar boa carta de cervejas é o Champignon (www.restaurantechampignon.com.br). Capitaneado pela família Dietrich, tem os pratos assinados pela chef Kristina Dietrich.

Já para quem aprecia uma boa comida brasileira com ‘jeitinho de roça’ e feita com muito carinho, não deixe de visitar o restaurante Gosto com Gosto (www.gostocomgosto.com.br), da chef mineira Mônica Rangel. Situado na vila de Visconde de Mauá, perto da igreja São Sebastião, o cardápio do local conta com pratos como tutu de feijão à mineira, costelinha de porco assada ao molho de laranjas e picanha de porco grelhada ao molho de frutas silvestres. Não deixe de provar as linguiças, todas preparadas na casa.

Local conta com diversos produtos regionais
Bastam cinco minutos caminhando pelas ruas de Visconde de Mauá, Maringá de Minas Gerais e Rio de Janeiro, ou ainda em Maromba, para se deparar com algum produto gourmet feito na região. A maior oferta está em Maringá do Rio. Moradores deixam em exposição vidros e vidros recheados com geleias de amora – que pode ser a tradicional ou a silvestre –, morango e diversas outras opções.

E os vendedores garantem: tudo é feito com frutas dos próprios quintais, como as vovós do Interior fazem tradicionalmente. Um pote de geleia custa R$ 10, em média. E sim, vale a pena provar. A receita tem menos açúcar e bastante fruta. Mel e doce de leite também não faltam nas bancas.

A Maringá mineira tem sua própria produção de chocolate na pequena, porém elegante loja Doce Lembrança, administrada por Maria Rosa, e que soma 30 anos de mercado. Pão de mel, trufas, alfajor, bombons e brownies ilustram as prateleiras. Se o visitante chegar por volta de meio-dia pode ver a produção das peças.

A região é boa também para quem gosta de queijos trazidos por tropeiros que cruzam montanhas, faça chuva ou sol, e viajam cerca de 40 quilômetros em lombo de burro com suas cargas para vender suas produções na região. Eles ficam pelas ruas, principalmente, às sextas-feiras.

Outra dica aos que gostam de gastronomia são os potes do Armazém da Vila. São mais de 50 tipos de pastas defumadas, todas feitas na região. Entre as opções, estão a de truta com champignon e a de bacalhau no azeite. Uma melhor do que a outra.

Cerveja é fabricada nas montanhas
Nada de fabricação em massa, tampouco várias máquinas para preparar tudo. Na região de Visconde de Mauá, a cerveja que está na boca do povo, e nas mesas de bares e restaurantes, é a Serra Gelada.

O Diário visitou a fábrica, que nada mais é do que uma grande sala no alto da montanha e com gente de muita coragem e determinação. Tudo começou quando André Luiz Bento, que trabalhava em um restaurante do local, percebeu o crescimento da procura por rótulos incomuns. “Pensei que seria legal ter uma cerveja local. Resolvi, então, fazer testes em casa. A primeira virou champanhe”, diverte-se ele, que afirma nunca ter feito curso e ter aprendido tudo na internet, livros e conversas.

Hoje a cervejaria, que conta com outros dois sócios, produz as bebidas com água purinha da nascente que fica atrás da pequena fábrica e tem dois rótulos fixos: Dourada e Defumada, ambas muito boas. Há uma outra, a de pinhão, que é preparada especialmente para a festa do fruto, em maio.

São 2.500 litros por mês. A produção é tão artesanal que a fábrica só consegue engarrafar dois vasilhames por vez e a colocação da tampa é feita de uma em uma. Depois disso, os donos colocam as cervejas no carro e partem para a distribuição. “Nossa meta agora é fazer uma cerveja de trigo. E já estamos com chope também.”

DICAS
> Para pagar: Leve dinheiro (papel), pois a região pode ficar sem energia e as máquinas de cartão não funcionam;
> Comida: Ao menos uma vez, experimente algum prato preparado com truta, peixe tradicional do local;
> Hospedagem: Para a região de Visconde de Mauá, boa opção é a elegante pousada Casa Bonita. Pousadas mais simples e também muito gostosas, além de campings também são encontrados. Em Penedo opção é o hotel Girassol;
> Combustível: Os postos de gasolina de Penedo e Visconde de Mauá costumam cobrar mais caro pelo combustível. Tente abastecer na rodovia Nova Dutra, que tem melhor oferta;
> Divirta-se: Deixe o estresse em casa, não tenha pressa e aproveite cada minuto do passeio;
> Telefone: O celular pode não ter sinal em Visconde. Desapegue. 




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