Gary Brown é coisa nossa

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Andréa Ciaffone <br> Do Diário do Grande ABC

Tem algo no som do saxofone de Gary Brown que bate no coração e lava à alma. É a magia reservada aos grandes músicos de Nova Orleans, berço do jazz, que estará sendo realizada no Bourbon Street, em São Paulo. São duas curtas temporadas: de amanhã até sábado, e depois do dia 17 a 20.

Brown faz show cheio de energia, em que mistura vários ritmos da música negra: jazz, blues, funk, soul e rhytm & blues, sem esquecer do reggae e do gospel. Muito querido por crítica e público, a sua estreia nesta temporada coincide com a comemoração do aniversário de 21 anos do Bourbon Street, que considera um segundo lar. “Me sinto bem, feliz e abençoado quando vou ao Brasil. É como se estivesse indo para casa depois de longa viagem e pronto para saborear minha comida favorita, ver família e amigos de quem tenho saudade”, diz Brown, que veio para cá em 1995.

Influenciado pelos grandes John Coltrane, Gene Ammons e Sonny Stitt, foi aluno do lendário Edward ‘Kid’ Jordan, um dos magos do saxofone, e traz no currículo trabalhos com artistas de fama mundial como Otis Redding, Big Joe Willians, Dr. John e Professor Longhair e também com grandes hitmakers, como Marvin Gaye, Wilson Pickett, Dionne Warwick, Joe Cocker e Bee Gees. Como instrumentista trabalhou também na trilha sonora original do filme Grease.

Assim, combinando erudição e apelo popular, Brown pretende incluir no seu show que fará aqui canções de autores brasileiros que admira como Palco, de Gilberto Gil, e Samurai, de Djavan, que vão ser combinadas a clássicos do jazz como Do You Know What it Mean to Miss New Orleans, deLouis Armstrong, e Purple Rain, de Prince. “Minha receita para um setlist perfeito é tentar ver o show antes de ele acontecer. Mas também é preciso sentir o humor das pessoas, a energia à sua volta. Tudo tem a ver com a resposta do público. É como estar apaixonado: é jornada que fazemos juntos”, diz.

Com décadas de experiência tocando todas as semanas no badalado 544 Club, em Nova Orleans, o saxofonista tem uma leitura bem pessoal sobre o cenário musical nos dias atuais. “O desafio de hoje em termos de criatividade é o que sempre foi: criar música vinda da alma. Somos como contadores de histórias da vida, falamos sobre o bom e o ruim, mas sempre buscando transformar ódio em amor com nossa música. Inspirar as pessoas a viver uma vida de paz e amor”, defende.

Gary Brown – Show. Bourbon Street – Rua dos Chanés, 127, São Paulo, tel.: 5095-6100. De 10 e 17 às 21h30, 11 e 18 às 22h30, 12, 13. 19 e 20 de dezembro às 00h. Ingr.: de R$ 60 a R$ 90 (sábado).
 




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